|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Proposta permite que a prefeita remaneje até 10% das verbas sem necessidade de autorização da Câmara
Marta prevê aumento de 6% no Orçamento
MELISSA DINIZ
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta orçamentária de
2003, enviada ontem à Câmara
Municipal pela prefeita Marta Suplicy (PT), prevê um aumento de
arrecadação para a cidade de quase 6% em relação a este ano. A estimativa é bastante inferior à que
foi feita em 2001 para 2002, quando se esperava uma alta de 17%.
No total, a prefeitura estima que
as receitas passem de R$ 9,580 bilhões para R$ 10,144 bilhões. As
secretarias de Finanças e do Trabalho, que cuida dos programas
sociais, devem ter os maiores aumentos de gastos -de 52% e
22%, respectivamente, segundo
levantamento da assessoria do vereador Roberto Tripoli (PSDB). A
pasta da Educação terá um acréscimo de 6%.
Marta prevê para 2003 uma taxa
de remanejamento de verbas de
10%. Isso significa que a prefeita
poderá redistribuir verbas entre
as secretarias, sem necessidade de
consultar a Câmara, até o limite
de 10% do orçamento.
A taxa de remanejamento é inferior à deste ano, de 12%, mas superior ao limite de 1% que os vereadores petistas defendiam na
gestão do ex-prefeito Celso Pitta.
A baixa expectativa de crescimento da arrecadação já reflete
um clima de recessão vivido pela
prefeitura neste segundo semestre, em que a queda na receita
obrigou a um corte de gastos nas
secretarias de 8,5%.
Em nota distribuída à imprensa,
a Secretaria de Finanças avalia
que o crescimento da receita de
quase 6% para 2003 é "insuficiente para dar conta das necessidades
da cidade".
O crescimento das receitas em
2003 se baseia principalmente na
estimativa de aumento de 3% do
PIB e de 2% da arrecadação tributária devido a ações de fiscalização -mudanças que devem resultar na alta de 2,6% da arrecadação do IPTU e de 6% do ISS.
Após a aprovação do projeto
que criou as subprefeituras, pela
primeira vez elas receberão uma
quantia própria no Orçamento. A
da Sé irá ganhar, sozinha, R$ 32,6
milhões, que correspondem a 7%
do montante destinado à pasta e
às demais 30 subprefeituras.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Finanças não soube
explicar ontem a razão para a elevação dos gastos da pasta. Entre
os motivos cogitados na Câmara
estão os investimentos em um sistema informatizado para combater a sonegação e um empréstimo
do BNDES contraído pela prefeitura e que já foi aprovado pelos
vereadores.
Remanejamento
A taxa de remanejamento de
10% foi criticada tanto por vereadores da base governista como da
oposição. Para Gilberto Natalini
(PSDB), essa taxa é excessiva. "A
prefeita abusou muito da boa fé.
Nas mãos de um governante sério, 10% podem ser razoáveis,
mas nas mãos de uma pessoa que
não se responsabiliza pelo uso do
dinheiro público, é demais."
Milton Leite, que tem dado
apoio à administração, também
fez críticas. "É uma incoerência
do PT, que sempre defendeu 1%",
afirmou.
O vereador Salim Curiati (PPB)
disse que esse índice faz do orçamento "uma peça de ficção". "É
absurdo. O Orçamento não vale
nada e eles transferem esse dinheiro para a publicidade."
Segundo o líder do governo, Arselino Tatto (PT), a taxa é positiva. "Nós defendíamos a taxa de
1% para os governos Pitta e Maluf
porque eles gastavam muito mal o
dinheiro público. Como Marta
gasta muito nas áreas sociais, o índice é justo", afirmou.
O vereador Carlos Neder (PT)
evitou criticar diretamente a taxa
de 10%, mas sugeriu que Marta
deveria estabelecer uma meta de
no máximo 5% no último ano de
mandato.
O orçamento deve passar pela
análise das comissões permanentes da Câmara e por audiências
públicas. O prazo para a votação
da proposta, que precisa de 28 votos para ser aprovada, é 31 de dezembro deste ano.
Às 21h30 de ontem, Marta foi
recebida por cerca de 3.000 pessoas na sede de uma sociedade
beneficente na Cidade Dutra (zona sul). A prefeita anunciou o início das obras de uma ponte reivindicada por moradores para o
segundo semestre de 2003.
"Por que não agora?", perguntou uma moradora. "Porque existe uma coisa chamada orçamentos", disse Marta.
Colaborou BRUNO LIMA, da Reportagem
Local
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Panorâmica - Transporte: Linha de microônibus vai ligar Centro Empresarial e estação do Metrô por R$ 3 Índice
|