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EMPRESAS
Gol afirma que vai amparar as famílias
Presidente da companhia aérea diz que empresa dará assistência, mas evita falar sobre indenizações e prejuízos aos negócios
Segundo vice-presidente técnico, o plano emergencial só começou depois de ter sido esgotada "a última gota de combustível" da aeronave
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, disse ontem que a empresa vai
prestar toda assistência material e psicológica às famílias das
vítimas do acidente do Boeing
737-800, mas evitou falar em
valores de eventuais indenizações, de prejuízos aos negócios
da companhia aérea e de possíveis causas do acidente.
"A questão dos negócios, de
valores, pode ser deixada para
depois. Nós não pretendemos
deixar desamparado nenhum
cliente e nenhuma família de
cliente que eventualmente tenha sido vítima desse acidente", afirmou ele, durante entrevista coletiva em São Paulo.
Ao seu lado, estava o vice-presidente técnico da Gol, David Barinoni Neto, que respondeu a maior parte das perguntas dos jornalistas. Questionado sobre o fato de a Gol ter demorado três horas e meia para
fazer o alerta sobre o desaparecimento do Boeing, Barinoni
Neto disse que o procedimento
foi normal.
"O procedimento para uma
aeronave que perde o contato
se inicia 30 minutos após o horário de pouso da aeronave.
Mas o final desse procedimento é aguardar até que se esgote a
última gota de combustível a
bordo porque, aí sim, todos têm
a certeza de que a aeronave não
está mais voando."
O Boeing decolou às 15h35 de
Manaus e tinha chegada prevista em Brasília às 18h12. O último contato da aeronave com os
órgãos de controle de tráfego
aéreo foi às 16h58. Até as
20h30, segundo a Gol, o avião
tinha combustível para prosseguir o vôo. "Até aquele momento nada foi feito porque a aeronave tinha combustível para
pousar em outro aeroporto",
disse Barinoni Neto. O Boeing
começou a operar há 17 dias e
tinha 234 horas de vôo. A seguir, trechos da coletiva.
PERGUNTA - O avião tinha equipamento anticolisão. Existe a possibilidade de ter falhado e não ter detectado o outro avião?
BARINONI NETO - Essas perguntas serão respondidas pela
equipe de investigação do acidente. Essa aeronave é uma das
mais modernas do mundo.
PERGUNTA - A Gol recebeu alguma informação da tripulação do Legacy sobre a colisão?
BARINONI NETO - O evento está
sendo investigado desde ontem
[anteontem] pelo Ministério da
Aeronáutica e pelo DAC. Não
temos informação sobre isso.
Não temos respostas nem confirmação dos dados. Será uma
investigação bastante técnica,
trabalhosa e demorada.
PERGUNTA - Fala-se que a queda foi
praticamente vertical. Vocês têm essa informação?
BARINONI NETO - Não temos nenhum tipo de informação porque não nos foi passada pelos
órgãos que estão investigando.
PERGUNTA - Tecnicamente, pode um
avião estar invisível no espaço aéreo?
BARINONI NETO - Se as duas aeronaves tivessem o equipamento
funcionando, elas seriam detectadas. Não podemos fazer
conjecturas ou hipóteses.
PERGUNTA - O controle do espaço aéreo brasileiro é confiável?
BARINONI NETO - Sim, completamente confiável.
PERGUNTA - Por que o intervalo de
três horas e meia entre o momento
que o avião deveria ter pousado e a
comunicação do desaparecimento?
BARINONI NETO - O procedimento para uma aeronave que perde o contato se inicia 30 minutos após o horário de pouso da
aeronave. Ela deveria ter pousado às 18h12. Às 18h32, inicia-se alguns procedimentos técnicos. Mas o final desse procedimento é aguardar até que se esgote a última gota de combustível a bordo porque, aí sim, todos têm a certeza de que a aeronave não está mais voando. Aí
há o acionamento do plano de
emergência, o contato com as
autoridades e a comunicação
para a opinião pública.
PERGUNTA - O que o acidente pode
significar para os negócios da Gol?
CONSTANTINO DE OLIVEIRA JÚNIOR -
Nós estamos muito mais empenhados em prestar assistência
às famílias, apoiar a busca de
sobreviventes e suportar as famílias nessa dor. A questão dos
negócio, de valores, pode ser
deixada para depois. Nós não
pretendemos deixar desamparado nenhum cliente e nenhuma família de cliente que eventualmente tenha sido vítima
desse acidente.
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