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Estudante morre após passar mal no Hopi Hari
Participando de excursão da escola, garoto de 15 anos desmaiou no Labirinto
Família diz ter ouvido de médicos que choque anafilático foi causa da morte; laudo do hospital aponta edema pulmonar
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DA AGÊNCIA FOLHA
Um adolescente de 15 anos
morreu na última sexta-feira
após passar mal em um brinquedo do parque Hopi Hari, em
Vinhedo, a 79 km de São Paulo.
O estudante Arthur Wolf
passou mal em uma atração
chamada Labirinto. Trata-se de
uma sala escura com corredores nos quais funcionários fantasiados de monstros dão sustos nos visitantes. Pelo ambiente é espalhada fumaça de gelo
seco.
Arnaldo Satalo, tio de Wolf,
diz que os médicos que atenderam o garoto no hospital Paulo
Sacramento, de Jundiaí, disseram que a morte foi causada,
provavelmente, por choque
anafilático, seguido de parada
cardiorrespiratória.
Laudo provisório divulgado
ontem pela assessoria do hospital informa que o garoto morreu em razão de um edema pulmonar (acúmulo anormal de líquido nos pulmões). O resultado da autópsia só deve ser conhecido em 25 dias.
Arthur integrava uma excursão com cerca de 200 alunos do
colégio Edip, de Santo André. O
grupo passou o dia no parque,
acompanhado por professores.
Segundo uma colega de Wolf,
ele desmaiou às 18h30. No local
onde o garoto passou mal, disse
ela, havia pouca fumaça. Cerca
de 20 pessoas estavam no brinquedo no momento do desmaio. O Labirinto, que não foi
interditado, é uma atração provisória do parque.
O estudante foi socorrido pela equipe médica do parque e
reanimado. No hospital, onde
chegou inconsciente, sofreu
nova parada cardíaca e morreu
por volta das 21h.
"Ele saiu de casa vivo e nos
entregaram num caixão. É só
isso que a gente sabe", disse Satalo, tio de Wolf.
Segundo ele, o garoto nunca
teve problemas de saúde, e os
exames realizados periodicamente nada apontaram. "Era
ativo, forte e sadio", disse o tio.
Consultada pela Folha, Nana
Miura, médica-assistente do
Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, disse desconhecer caso de morte após inalação de fumaça de gelo seco,
como cogitam familiares.
Para ela, somente uma análise do histórico clínico pode assegurar as causas dessa morte,
mas não pode ser descartada a
possibilidade de uma reação
alérgica.
"A reação anafilática, se você
tiver alergia de alguma coisa,
pode matar mesmo. Pode ter
uma edema glote (fechamento
das vias respiratórias) e morrer, se não tiver alguma coisa
para aplicar, uma adrenalina
por exemplo."
Para os químicos Renato
Parreira e Enrico Di Donato,
dificilmente a morte foi provocada pela intoxicação pela fumaça de gelo seco, que é composta de dióxido de carbono
(CO2). O gás, segundo eles, poderia até matar, mas seria necessária a inalação em grande
quantidade. Outras pessoas
também teriam passado mal.
Como exemplo, os químicos
dizem que é o mesmo que uma
pessoa se trancar em um veículo, com todas as janelas fechadas, e respirar a fumaça do escapamento desviada para o interior dele. "Seria necessário ficar por muitos minutos", disse
Donato. "Nós respiramos CO2
todo tempo", completou Renato Parreira.
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