São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

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Perícia aponta que sala de aula foi lavada

No local da Escola Adventista de Embu onde menino foi baleado, reagente químico mostrou manchas lavadas

Miguel Cestari Ricci dos Santos, 9, foi morto com um tiro à queima-roupa; munição partiu de um revólver calibre 38

Fotos Reprodução
A sala de aula: Sala onde o garoto Miguel foi baleado anteontem; perícia mostra que o local foi lavado antes da chegada das autoridades

ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

As primeiras perícias da Polícia Civil de SP na sala de aula da Escola Adventista do Embu (Grande SP), onde o garoto Miguel Cestari Ricci dos Santos, 9, foi baleado anteontem, apontam que o local foi lavado antes mesmo da chegada das autoridades.
Os testes realizados pelos peritos com o reagente químico luminol confirmam que a sala de aula foi limpa antes da perícia ter sido feita. O luminol revelou o local das manchas, já limpas.
Peritos e médicos-legistas também concluíram que Miguel foi morto com um tiro à queima-roupa e que partiu de um revólver calibre 38.
A camiseta usada por Miguel tem marcas de chamuscamento causado por pólvora, bem como a sua pele apresenta a chamada "tatuagem", marca que confirma o tiro a curta distância.
Ainda pela análise dos investigadores da Polícia Civil, peritos e médicos-legistas, é possível afirmar que o projétil que atingiu Miguel era velho, sem a potência de uma munição em estado de conservação normal.
O projétil disparado contra Miguel o atingiu no lado esquerdo do abdômen e ficou alojado perto de seus rins.
Para a polícia, um outro aluno da turma de Miguel, que cursava a quarta série, pode ter atirado.
Ao todo, a turma de Miguel tinha 37 crianças -20 já foram ouvidas. Nos depoimentos dos alunos, segundo o delegado Carlos Cerone, existem contradições.
Para o delegado Marcos Carneiro Lima, chefe do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro SP), a escola precisa colaborar mais com as investigações.
"A escola está numa situação delicada, mas ela precisa colaborar. O garoto não morreu na hora que foi baleado. Quando foi para o hospital, ele estava consciente. Quem o socorreu deve ter perguntado o que aconteceu", disse.
Quem levou Miguel para o hospital foi o diretor da escola, Alan Fernandes de Oliveira. Em depoimento informal, Oliveira afirmou que o garoto não contou o que aconteceu.
No enterro, ontem, familiares questionaram o fato de o colégio não ter acionado o resgate e ter levado o menino em carro particular para hospital a 25 km da escola.
Caso seja comprovado que a arma que matou Miguel pertencia ao pai de algum aluno, ele será responsabilizado por negligência na guarda de armamento e, se condenado, poderá pegar de um a dois anos de prisão.


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