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Perícia aponta que sala de aula foi lavada
No local da Escola Adventista de Embu onde menino foi baleado, reagente químico mostrou manchas lavadas
Miguel Cestari Ricci dos Santos, 9, foi morto com um tiro à queima-roupa; munição partiu de um revólver calibre 38
Fotos Reprodução
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A sala de aula: Sala onde o garoto Miguel foi baleado anteontem; perícia mostra que o local foi lavado antes da chegada das autoridades
ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
As primeiras perícias da
Polícia Civil de SP na sala de
aula da Escola Adventista do
Embu (Grande SP), onde o
garoto Miguel Cestari Ricci
dos Santos, 9, foi baleado anteontem, apontam que o local foi lavado antes mesmo
da chegada das autoridades.
Os testes realizados pelos
peritos com o reagente químico luminol confirmam que
a sala de aula foi limpa antes
da perícia ter sido feita. O luminol revelou o local das
manchas, já limpas.
Peritos e médicos-legistas
também concluíram que Miguel foi morto com um tiro à
queima-roupa e que partiu
de um revólver calibre 38.
A camiseta usada por Miguel tem marcas de chamuscamento causado por pólvora, bem como a sua pele apresenta a chamada "tatuagem", marca que confirma o
tiro a curta distância.
Ainda pela análise dos investigadores da Polícia Civil,
peritos e médicos-legistas, é
possível afirmar que o projétil que atingiu Miguel era velho, sem a potência de uma
munição em estado de conservação normal.
O projétil disparado contra
Miguel o atingiu no lado esquerdo do abdômen e ficou
alojado perto de seus rins.
Para a polícia, um outro
aluno da turma de Miguel,
que cursava a quarta série,
pode ter atirado.
Ao todo, a turma de Miguel
tinha 37 crianças -20 já foram ouvidas. Nos depoimentos dos alunos, segundo o delegado Carlos Cerone, existem contradições.
Para o delegado Marcos
Carneiro Lima, chefe do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro SP),
a escola precisa colaborar
mais com as investigações.
"A escola está numa situação delicada, mas ela precisa
colaborar. O garoto não morreu na hora que foi baleado.
Quando foi para o hospital,
ele estava consciente. Quem
o socorreu deve ter perguntado o que aconteceu", disse.
Quem levou Miguel para o
hospital foi o diretor da escola, Alan Fernandes de Oliveira. Em depoimento informal,
Oliveira afirmou que o garoto
não contou o que aconteceu.
No enterro, ontem, familiares questionaram o fato de
o colégio não ter acionado o
resgate e ter levado o menino
em carro particular para hospital a 25 km da escola.
Caso seja comprovado que
a arma que matou Miguel
pertencia ao pai de algum
aluno, ele será responsabilizado por negligência na
guarda de armamento e, se
condenado, poderá pegar de
um a dois anos de prisão.
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