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Coronel afirma que vai recorrer da decisão
da Reportagem Local
O coronel Ubiratan Guimarães
disse ontem que considerou a decisão da Justiça de pronunciá-lo
"absolutamente normal".
Segundo ele, a ação da PM na
Casa de Detenção "foi legítima".
Ele recorrerá da pronúncia.
"Foi uma decisão absolutamente normal, dentro da Justiça. Eu
tenho minhas alegações de defesa.
A ação ocorreu no estrito dever legal", afirmou Guimarães.
"Os crimes já estavam acontecendo naquele dia na Casa de Detenção. Antes que nós entrássemos, havia presos já se matando.
Tínhamos de intervir para impedir que 2.200 detentos do pavilhão
9 morressem queimados", alegou
o coronel, referindo-se a um incêndio no local.
Segundo Ubiratan Guimarães,
"os presos estavam drogados,
alucinados e armados". O coronel
disse que não se importa de eventualmente ser julgado pelo Tribunal do Júri ou pelo TJ (Tribunal de
Justiça), caso seja eleito. "Eu confio na Justiça do meu país."
A advogada do coronel Ubiratan, Edith Roitburd, disse que recorrerá da decisão de pronúncia.
Julgamento
De acordo com o promotor
Mauro Celso Mendonça de Alvarenga, se o TJ confirmar a decisão
de pronúncia, o julgamento do
coronel Ubiratan deve ocorrer entre um ano e um ano e meio
-tempo médio para apreciação
do recurso.
Segundo ele, uma eventual remessa do processo do Tribunal do
Júri para o TJ, em caso de eleição
do réu, não deve implicar o retardamento do julgamento.
Segundo a advogada especialista
em direito eleitoral Valéria Alves
de Souza, o fato de o coronel Ubiratan estar sendo processado não
impede que ele seja diplomado,
caso ele seja eleito. "Só não é diplomado quem tem condenação à
qual não cabe mais recurso."
Para o advogado Jairo Fonseca,
do Conselho Estadual de Política
Criminal, "o problema do episódio da Casa de Detenção não está
só no número de mortos, mas no
número de assassinos".
"Não foi a ação de um ou dois
loucos, mas de centenas de policiais. Naquele momento, presenciamos um Estado delinquente.
Mostra que a instituição (Polícia
Militar) estava doente", afirmou
Fonseca.
(ANDRÉ LOZANO)
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