São Paulo, quinta, 1 de outubro de 1998

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Sessão para analisar denúncia é adiada

da Reportagem Local

Apesar de o pedido de prisão preventiva contra o promotor Igor Ferreira da Silva ter sido aceito, ontem foi adiada pela segunda vez a sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça que votaria pela abertura ou não de processo contra ele, com base na denúncia oferecida pelo procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey.
O relator do caso é o desembargador Domingos Franciulli Netto. Ele fará um relatório sobre a denúncia para o órgão especial, formado pelos 25 desembargadores mais antigos do TJ-SP, cuja nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira.
O adiamento foi pedido pelo advogado de Igor, Marcio Thomaz Bastos, que assumiu o caso anteontem e alegou não ter tido contato suficiente com o processo para apresentar a defesa.
O crime pelo qual Igor é acusado ocorreu em 4 de junho passado, no condomínio Shangrilá, em Atibaia (65 km ao norte de São Paulo). Ele diz que é inocente.
Segundo a versão do promotor um homem abordou o casal, mandou-o descer da picape, levou Patrícia como refém e a matou.
"O conjunto das provas não deixa dúvida de ser ele (Igor) o autor deste homicídio", afirmou, em agosto, o procurador-geral de Justiça Luiz Antonio Marrey.
A acusação contra Igor é que ele matou sua mulher sem lhe dar chance de defesa, pois, além de armado, ele atirou numa grávida com dificuldades de locomoção. Essa condição qualifica o homicídio, tornando-o crime hediondo.
Além de homicídio, Igor é acusado de aborto. A combinação das acusações poderá render uma pena mínima, segundo Marrey, de 15 anos ao promotor, se condenado.
Marrey expôs os indícios contra o promotor. A versão do crime dada por Igor foi contestada pelo vigia Daniel Francisco Matos que o viu no interior do condomínio, vindo da direção em que Patrícia foi achada morta na picape.
Matos afirmou ainda que Igor tentou esconder o rosto ao vê-lo. Ao encontrar o promotor na delegacia, o vigia o reconheceu.
As principais provas são laudos da perícia. O principal conclui que a arma usada por Igor para treinar tiro em casa foi a mesma que disparou as duas cápsulas achadas ao lado do corpo de Patrícia.



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