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SEQUESTRO NO RIO
Vera Loyola chamou especialista para acertar o valor do resgate, o local do pagamento e a libertação de seu filho
Empresária contrata negociador profissional
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A empresária Vera Loyola contratou um negociador para tratar
com os sequestradores de seu filho, Ignácio de Loyola Barros Damásio, 30, que foi sequestrado no
sábado, em Campo Grande (zona
oeste do Rio).
Damásio estava em sua oficina
de carros, quando três homens o
sequestraram, segundo funcionários que testemunharam o crime.
Contratado no fim-de-semana,
o negociador está incumbido de
acertar valor do resgate, ocasião e
local do pagamento e libertação.
O fato de ter recorrido a um negociador particular indica que é
intenção da família manter a polícia sem informações sobre o caso.
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Noaldo Alves Silva, afirma que a polícia investiga o crime, mesmo sem a colaboração da família. Para o secretário, a polícia tem a obrigação legal de apurar o sequestro.
A Folha apurou que, na segunda-feira, o governador do Rio,
Marcello Alencar (PSDB), e o secretário de Segurança telefonaram
para Vera Loyola.
A empresária manifestou a eles o
desejo de não informar à polícia
sobre o desenrolar da negociação
com os sequestradores.
O delegado Álvaro Lins, da DAS
(Delegacia Anti-Sequestro), da
Polícia Civil, foi indicado especialmente para descobrir o paradeiro
do comerciante.
Lins, 31, lamentou a decisão da
família. "Ela está dificultando
nosso trabalho. Já começamos o
jogo perdendo de 1 a 0. Toda a comunicação com os sequestradores
é feita pela família. Se ela não nos
informa, fica difícil", afirmou.
Desde o sequestro, Vera Loyola
está recolhida na casa dos pais, em
São Conrado (zona sul). Ela não
quis falar com a Folha.
O pai da vítima, José Alfredo Damásio, tem ido todos os dias até a
casa, mas não dá entrevistas. Ele é
separado de Vera Loyola.
Engano
Cerca de 30 policiais do 14º BPM
(Batalhão de Polícia Militar) invadiram anteontem de madrugada a
casa da advogada Luciana Cristina
Simões, 35, em Realengo (zona
oeste), em busca do cativeiro do
filho de Vera Loyola.
A PM invadiu a casa sem mandado judicial. Os protestos da advogada não foram considerados pelos invasores.
A advogada deu queixa na 31ª
DP, que abriu inquérito para apurar se houve arbitrariedade e constrangimento ilegal.
Ainda nesta semana, Luciana
reivindicará na Justiça indenização por danos morais.
O comandante do 14º BPM, tenente-coronel Generino Lopes Filho, disse que o procedimento dos
policiais será investigado em sindicância interna. Ele disse não ter
sido informado sobre a operação.
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