São Paulo, sábado, 1 de novembro de 1997.



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TRENS
Afirmação é do presidente da CPTM
Transporte de carga compromete trilhos

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), José Roberto Medeiros da Rosa, afirmou, em nota enviada ontem à Folha, que o problema de desgaste das vias férreas por onde passam os trens da companhia tem se agravado por causa do transporte de cargas nas linhas de transporte de passageiros.
Segundo Rosa, os trens de carga usam vagões e locomotivas inadequados, que alargam a distância entre os trilhos e formam buracos, além de sobrecarregar a via.
Rosa citou o caso do trem de carga que descarrilou anteontem, no ABCD. O trem transportava 2.080 toneladas em 28 vagões: 74 toneladas por vagão, fora as 30 toneladas do próprio vagão.
"Por mais que a CPTM se empenhe na manutenção, o desgaste que a carga provoca é muito maior que a capacidade da empresa de recuperar a via."
Segundo Rosa, a empresa não acelera mais a recuperação das vias porque implicaria em fechar trechos de linha. "O que é inviável, porque a CPTM presta um serviço público."
Pórtico
Rosa diz que ainda não há prazo definido para a reabertura do trecho entre as estações Ermelino Matarazzo e São Miguel Paulista, onde ocorreu um descarrilamento na última segunda-feira.
O descarrilamento, segundo Rosa, destruiu um pórtico, estrutura metálica de grande porte que sustenta a rede aérea (fios de alta tensão que energizam os trens).
Os pórticos são estruturas antigas. Nas linhas modernas, afirma o presidente da CPTM, são usados postes, mais fáceis de substituir individualmente.
"É necessário refazer o que foi destruído, pois não há pórticos em estoque, por isso não há previsão de restabelecimento do trecho."
Segundo a CPTM, já foram gastos este ano R$ 32 milhões em manutenção e comprados 136 km de trilhos -40 km já estão sendo trocados, afirma Rosa.



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