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TRENS
Afirmação é do presidente da CPTM
Transporte de carga compromete trilhos
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
O presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), José Roberto Medeiros da
Rosa, afirmou, em nota enviada
ontem à Folha, que o problema de
desgaste das vias férreas por onde
passam os trens da companhia tem
se agravado por causa do transporte de cargas nas linhas de transporte de passageiros.
Segundo Rosa, os trens de carga
usam vagões e locomotivas inadequados, que alargam a distância
entre os trilhos e formam buracos,
além de sobrecarregar a via.
Rosa citou o caso do trem de carga que descarrilou anteontem, no
ABCD. O trem transportava 2.080
toneladas em 28 vagões: 74 toneladas por vagão, fora as 30 toneladas
do próprio vagão.
"Por mais que a CPTM se empenhe na manutenção, o desgaste
que a carga provoca é muito maior
que a capacidade da empresa de
recuperar a via."
Segundo Rosa, a empresa não
acelera mais a recuperação das vias
porque implicaria em fechar trechos de linha. "O que é inviável,
porque a CPTM presta um serviço
público."
Pórtico
Rosa diz que ainda não há prazo
definido para a reabertura do trecho entre as estações Ermelino
Matarazzo e São Miguel Paulista,
onde ocorreu um descarrilamento
na última segunda-feira.
O descarrilamento, segundo Rosa, destruiu um pórtico, estrutura
metálica de grande porte que sustenta a rede aérea (fios de alta tensão que energizam os trens).
Os pórticos são estruturas antigas. Nas linhas modernas, afirma o
presidente da CPTM, são usados
postes, mais fáceis de substituir individualmente.
"É necessário refazer o que foi
destruído, pois não há pórticos em
estoque, por isso não há previsão
de restabelecimento do trecho."
Segundo a CPTM, já foram gastos este ano R$ 32 milhões em manutenção e comprados 136 km de
trilhos -40 km já estão sendo trocados, afirma Rosa.
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