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JUSTIÇA
Tutela definitiva foi concedida por juiz depois de acordo com o avô do garoto, que terá direito a duas visitas por ano
Filho de Cássia Eller vai ficar com Eugênia
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Numa decisão inédita no Brasil,
a Justiça do Rio concedeu ontem a
Maria Eugênia Vieira Martins,
companheira de Cássia Eller, a tutela definitiva de Francisco, de nove anos, filho da cantora. Cássia
Eller morreu em 29 de dezembro
de 2001, vítima de infarto.
A tutela foi concedida pelo juiz
da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões,
Luiz Felipe Francisco, depois de
um acordo entre Eugênia, 41, e o
pai da cantora, Altair Eller, 67, que
pleiteava ficar com o menino.
O avô abriu mão do pedido de
tutela depois que Francisco, conhecido pelo apelido de Chicão,
ao ser ouvido ontem pelo juiz, disse que gostaria de ficar com Eugênia, a quem chama de mãe.
Não cabe recurso, já que foi homologado um acordo entre as
partes. O avô tem direito a duas
visitas por ano, e seu advogado
disse que ele aceitou o acordo.
Eugênia comemorou a decisão
com amigos e parentes da cantora
que acompanharam a audiência
no fórum do Rio. "Estou muito feliz. Chicão arrasou. Teve o dedo
da Cássia nisso tudo", afirmou.
Desde a morte da mãe, Chicão
vive com Eugênia no Rio, sendo
acompanhado por uma assistente
social designada pela Justiça. Ela
já ganhara judicialmente a guarda
e a tutela provisórias do menino.
"Vi quando esse menino saiu do
ventre da Cássia para os braços da
Eugênia. Ela é a mãe dele", disse a
mãe de Cássia, Nancy R. dos Reis.
Para o juiz, Chicão está bem cuidado por Eugênia e o resultado foi
o melhor para o menino. Segundo
ele, a medida, tecnicamente, não
cria jurisprudência para casos semelhantes, porque não houve decisão judicial e sim acordo. "Eu só
homologuei o desejo das partes.
No entanto, podemos dizer que
abre um precedente simbólico em
casos do tipo", afirmou o juiz.
Segundo ele, o Código Civil estabelece que, na morte dos pais (o
pai de Chicão morreu antes de seu
nascimento), órfãos fiquem preferencialmente com os avós, o que
daria vantagem no caso ao pai de
Cássia. No entanto, avalia o juiz, o
conjunto de provas do processo
favorece Eugênia.
Os bens deixados pela cantora
serão administrados por Eugênia
até a conclusão do inventário. O
garoto terá acompanhamento de
uma psicóloga e uma assistente
social indicadas pela Justiça.
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