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EDUCAÇÃO
Programa deverá atender 1,3 mi de estudantes no 2º semestre de 2004; governo deverá gastar R$ 40 milhões
MEC doará livro para aluno do ensino médio
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alunos do ensino médio da rede pública vão receber, a partir do
segundo semestre do próximo
ano, livros didáticos que serão
distribuídos gratuitamente. Hoje,
apenas estudantes da educação
fundamental (1ª a 8ª série) têm
acesso ao benefício.
O projeto-piloto do Plano Nacional do Livro do Ensino Médio,
lançado ontem em Brasília, vai
atingir 1,3 milhão de alunos matriculados em instituições que
participam do programa Escola
Básica Ideal e localizadas em Estados do Norte e do Nordeste.
Nessa primeira etapa, serão distribuídos exemplares de português -que deverá ter conteúdo
que atenda às três séries do ensino médio- e de matemática
-composto po três volumes, um
para cada ano.
Cada estudante receberá um
exemplar, que manterá com ele
durante o tempo em que cursar o
ensino médio, mas o livro pertencerá à escola.
Inicialmente, o governo federal
vai gastar R$ 40 milhões na compra dos exemplares. Na semana
passada, o Ministério da Educação publicou edital no "Diário
Oficial" da União solicitando que
editoras apresentem propostas
de livros. A partir dos títulos escolhidos pelo governo, as escolas
poderão selecionar os que preferem entre março e abril de 2004.
A previsão é que os livros estejam com os alunos a partir de julho do próximo ano, ou seja, apenas para o segundo semestre.
Processo lento
"Esse processo demora. Os livros precisam ser selecionados e
depois produzidos. Por isso estamos começando agora, não em
fevereiro de 2004", afirmou ontem o ministro da Educação,
Cristovam Buarque, ao ser questionado sobre o prazo para o início do programa.
A meta do ministério é, de forma progressiva até 2005, atingir
os cerca de 8 milhões de alunos
matriculados no ensino médio da
rede pública, distribuindo livros
de dez disciplinas. Para isso, o
custo estimado é de R$ 570 milhões por ano.
Como não terá toda a verba no
Orçamento da União, o MEC diz
que vai negociar empréstimos
com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e com o
Banco Mundial.
"Esse é um programa que tem
impacto não só educacional, mas
econômico e social porque movimenta a indústria de livros e pode
tirar o jovem do círculo de violência", afirmou Cristovam.
De acordo com o Ministério da
Educação, entre os critérios que
serão adotados para a escolha dos
títulos estão a resistência do
exemplar (qualidade física),
"contribuição para a construção
da cidadania", correção e pertinência metodológicas e correção
de conceitos e informações básicas.
Serão excluídos, de acordo com
o MEC, livros que façam doutrina
religiosa, privilegiem camadas sociais e que tragam preconceito.
As secretarias estaduais e municipais da Educação vão acompanhar a escolha dos títulos pelas escolas e monitorar a distribuição.
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