ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A vida profissional de Adelina Clara Hess de Souza começou no armazém de secos e molhados dos pais, em Luiz Alves, a 126 km de Florianópolis, Santa Catarina. Lá, aos 15, teve o primeiro emprego.
A construção de uma vida familiar, por sua vez, também não demorou muito para acontecer: teve início quatro anos depois do primeiro emprego. Aos 19, Adelina conheceu Rodolfo Francisco de Souza Filho, cujo apelido era Duda. Atenção para os nomes: Duda e Adelina.
No final da década de 1950, o inquieto espírito empreendedor de Adelina levou à fundação de uma camisaria. O nome? Dudalina.
Uma de suas atividades paralelas eram os "patchworks": Adelina comprava restos de tecidos de outras fábricas e produzia peças próprias.
Com o tempo, a empresa cresceu tanto a ponto de se tornar a maior camisaria brasileira, com cinco unidades fabris espalhadas por Paraná e Santa Catarina, 1.300 funcionários e 2 milhões de camisas produzidas por ano e exportadas para vários países.
Mas não só os negócios cresceram como a família também. Adelina teve 16 filhos -para cada um, construiu uma casa. A tática para conseguir unir todos (são 44 netos e 13 bisnetos) eram as reuniões familiares organizadas todas as semanas.
Com a fábrica, a dedicação também foi intensa: supervisionava o trabalho dos funcionários pessoalmente.
Ontem, Adelina morreu aos 82, em Blumenau (SC), em decorrência de complicações respiratórias.

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