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Doença pode ser sinal de alerta
especial para a Folha
Um trabalho sobre câncer de pele, publicado no último mês no
"Jama" (um jornal médico conceituado nos EUA), provocou estranheza e críticas de vários especialistas brasileiros. O artigo diz
que pessoas que apresentaram um
câncer de pele do tipo basocelular
ou espinocelular têm de 25% a
30% mais chances de desenvolver
outros tipos de câncer.
O trabalho acompanhou mais de
1 milhão de americanos durante 12
anos e revelou essa relação. Câncer de mama, próstata, pulmões e
vários outros tipos entram no rol
das doenças que poderiam aparecer com maior frequência em
quem já teve um câncer de pele.
Os autores da pesquisa desconhecem a causa dessa relação. Eles
não sabem dizer se pessoas com
câncer de pele teriam maior predisposição genética a desenvolver
outros tipos de câncer ou se o próprio sol, interagindo com fatores
genéticos da pessoa, poderia provocar câncer em outros órgãos.
Os autores sugerem que um câncer de pele deve servir como sinal
de alerta para que a pessoa seja
acompanhada com mais atenção.
Os especialistas consultados pela
Folha desconheciam o trabalho.
José Antônio Sanches Júnior acredita que a pesquisa deve ser interpretada com cautela. Para ele,
nunca se conseguiu provar a relação entre câncer de pele e outros
tipos de câncer. Rogério Izar Neves acredita que a metodologia do
trabalho deve ser mais bem analisada para não causar pânico na população.
(JB)
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