São Paulo, domingo, 1 de novembro de 1998

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Doença pode ser sinal de alerta

especial para a Folha

Um trabalho sobre câncer de pele, publicado no último mês no "Jama" (um jornal médico conceituado nos EUA), provocou estranheza e críticas de vários especialistas brasileiros. O artigo diz que pessoas que apresentaram um câncer de pele do tipo basocelular ou espinocelular têm de 25% a 30% mais chances de desenvolver outros tipos de câncer.
O trabalho acompanhou mais de 1 milhão de americanos durante 12 anos e revelou essa relação. Câncer de mama, próstata, pulmões e vários outros tipos entram no rol das doenças que poderiam aparecer com maior frequência em quem já teve um câncer de pele.
Os autores da pesquisa desconhecem a causa dessa relação. Eles não sabem dizer se pessoas com câncer de pele teriam maior predisposição genética a desenvolver outros tipos de câncer ou se o próprio sol, interagindo com fatores genéticos da pessoa, poderia provocar câncer em outros órgãos.
Os autores sugerem que um câncer de pele deve servir como sinal de alerta para que a pessoa seja acompanhada com mais atenção.
Os especialistas consultados pela Folha desconheciam o trabalho. José Antônio Sanches Júnior acredita que a pesquisa deve ser interpretada com cautela. Para ele, nunca se conseguiu provar a relação entre câncer de pele e outros tipos de câncer. Rogério Izar Neves acredita que a metodologia do trabalho deve ser mais bem analisada para não causar pânico na população. (JB)



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