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EFEITO COLATERAL
Antipsicótico traz risco a idosos, aponta estudo
Risco de morte é mais alto com o uso de drogas antigas
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo realizado por um
hospital da universidade de Harvard (EUA) alerta sobre os riscos
de morte no uso de anti-psicóticos em idosos. Os remédios são
drogas psiquiátricas utilizadas
contra alucinações e agressividade, quadros comuns em doenças
desenvolvidas na terceira idade,
como o Mal de Alzheimer.
A pesquisa, que avaliou os registros de morte de quase 23 mil pacientes que começaram a tomar
as drogas entre 1994 e 2003, foi
publicada na edição de terça da
revista científica "New England
Journal of Medicine".
Segundo o levantamento, o risco de morte é maior para idosos
que usam remédios antigos, da
primeira geração de antipsicóticos, como a clorpromazina (Amplictil, por exemplo) e o aloperidol (Haldol, por exemplo). Ele
mostra que 18% dos pacientes
que usavam as drogas antigas
morreram nos seis primeiros meses de tratamento.
As drogas de primeira geração,
que existem desde os anos 50, são
amplamente utilizadas no sistema
público de saúde. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria,
o governo determina que nos três
primeiros meses sejam aplicados
esses remédios, de menor custo.
Entre os que usaram as drogas
de última geração, mais caras, como a risperidona (Risperdal, Risperidon e Viverdal, por exemplo),
também houve problemas, mostra o estudo: 15% morreram nos
primeiros seis meses.
Em abril, o FDA (agência dos
EUA para drogas e alimentos) já
havia pedido aos fabricantes que
acrescentassem uma advertência
às bulas dos antipsicóticos de última geração. Também a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária,
no Brasil, alertou sobre o uso dessas drogas em idosos com demência. Os novos remédios são dos
anos 90 e trazem menos efeitos
colaterais. Segundo o FDA, pneumonia e problemas de coração
causaram as mortes.
Segundo o psiquiatra Pedro
Carneiro, nenhum paciente deve
interromper o tratamento sem o
médico saber. Para ele, talvez seja
necessário rediscutir os remédios.
O presidente da associação de psiquiatria, Josimar França, diz que,
para alguns idosos, antipsicóticos
antigos são mais seguros por não
trazerem risco cardíaco.
Com agências internacionais
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