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Ação de PMs em 11 mortes é investigada
Semelhanças em cinco casos leva corregedoria a suspeitar que policiais tenham forjado tiroteios para justificar assassinatos
Os óbitos correspondem a 12% das 92 pessoas listadas como mortas em confronto com a polícia de 12 a 19 de maio, pico de ataque do PCC
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao menos 11 das 92 mortes
(12%) de civis decorrentes de
ocorrências classificadas como
"resistência seguida de morte",
entre os dias 12 e 19 de maio
deste ano, são investigadas pela
Corregedoria da PM sob a suspeita de terem sido resultado
de tiroteios forjados por policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) -a tropa
de elite da polícia paulista- para justificar os homicídios.
As 11 mortes aconteceram no
período mais crítico dos ataques da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital) contra as forças de segurança do Estado.
Em Guarulhos, a Rota matou
o presidiário Jefferson Morgado Britto, 31, e o ex-detento José Feliz Ramalho, 44, no dia 13;
no dia 15, Jardel Silva de Oliveira, 17, e Edson de Oliveira, 25.
Em Poá, a menos de cem metros de distância, em dias diferentes, Luiz Carvalho de Brito,
49, e um homem não identificado, e depois Paulo Rodrigues,
24, e outro não identificado.
Na rodovia Régis Bittencourt, em Itapecerica da Serra
(todas cidades da Grande São
Paulo), os policiais afirmam ter
trocado tiros com Leandro
Araújo Santos, 18, Deived Furtado de Araújo, 17, e Gilson
Furtado de Araújo, 21.
Todos os casos têm coincidências: a) em quatro dos cinco
casos, os PMs mataram duas
pessoas numa suposta troca de
tiros em que nenhum policial
nem o carro da Rota foram
atingidos; b) sempre uma das
duas vítimas portava documento que comprovava que ele
estava cumprindo pena em alguma penitenciária; c) o cabo
Renato Aparecido Russo está
envolvido em três das cinco supostas trocas de tiros, nos dias
13, 14 e 15 de maio; d) as 11 vítimas foram levadas para hospitais, mesmo tendo sido atingidas em regiões vitais, como peito e cabeça. Russo tem ligação
com seis dos 11 óbitos.
Em dois dos cinco casos, Russo estava com o segundo-tenente Francisco Laroca Júnior
e o soldado Marco Pinheiro. Este, à corregedoria, disse ter sido
atacado no último domingo,
quando o prédio onde vive, em
Osasco (Grande SP), foi invadido por homens que queriam se
vingar dele. Sete PMs foram
afastados das ruas: Laroca Júnior, Russo, Pinheiro, Alexandre de Lima Costa, Sérgio Kenji
Ueda, Antonio da Costa Filho e
Marcio H. S. Santos.
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