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No Rio, 17 são presos acusados de tráfico
Veterinário e estudantes foram detidos; segundo a polícia, eles vendiam ecstasy e produto derivado de anestésico para animais
Integrante do grupo foi flagrado enquanto vendia drogas por meio da internet; investigação infiltrou agentes em festas e boates
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um veterinário, um instrumentador cirúrgico e estudantes estão entre os 17 presos ontem sob acusação de vender
drogas sintéticas no Rio.
A ação, da Polícia Civil, acontece um dia após 12 pessoas de
classe média alta terem sido detidas pela Polícia Federal. Elas
são apontadas como integrantes da maior quadrilha no Rio
de venda de ecstasy e LSD.
Os 17 presos ontem, segundo
policiais, atuavam na venda de
ecstasy, "special K" (droga fabricada a partir de anestésico
de uso veterinário) e GHB (conhecido como ecstasy líquido).
A operação Chave de Ouro
ocorreu nas zonas sul e oeste do
Rio, após três meses de investigação e infiltração de agentes
em festas e boates. A maior parte dos detidos era vapor (responsável pela venda nas festas).
Dois homens são apontados
como distribuidores e líderes.
Alan Vieira Ferreira seria responsável por obter ecstasy, que
distribuiria usando o carrinho
de bebê de sua filha de dois
anos. Rogério Salomão de Carvalho, preso em Ipanema, é veterinário e seria o responsável
por distribuir o "special K".
Apontado como elo entre
distribuidores e vapores, o instrumentador cirúrgico Elmo
Ribeiro foi preso em flagrante
vendendo drogas no MSN (programa de mensagem instantânea via internet), acusa a polícia. À imprensa, ele afirmou
que não é vendedor da droga,
mas "viciado".
Na casa dele, foi apreendido
um saco com 80 caixas de Dopalen, anestésico veterinário
usado na fabricação de "special
K". "Eu sou viciado, não traficante. Comprei muitos para ter
no estoque." Ele disse também
que não revelaria onde conseguiu o produto, que é vendido
apenas para veterinários.
Nenhum outro preso quis falar com a imprensa. Até a conclusão desta edição, os depoimentos ainda eram tomados.
O comércio pelo MSN é estratégia de traficantes "de elite". "Por ser caro, cada comprimido de ecstasy é vendido por
cerca de R$ 50, os usuários são
de classe média e alta. O computador é um facilitador da
venda, o que não acontece com
a droga suja [maconha e cocaína, vendidas em morros]", diz a
inspetora Marina Maggessi.
Tanto ela quanto o delegado
da Polícia Federal responsável
pela Operação Tsunami, Victor
Cesar dos Santos, afirmaram
que os distribuidores usam, cada vez menos, sites de relacionamento, como o Orkut. "Ali fica tudo gravado, os policiais
têm acesso àquelas páginas. Os
criminosos estão sempre tentando burlar a vigilância."
Indireto
Ao contrário do grupo detido
pela PF (que seria responsável
por adquirir a droga na Europa), segundo Marina Maggessi,
esses presos obtêm o material
de dois fornecedores não identificados de São Paulo. "Eles é
que trazem a droga de países
como Holanda e Alemanha."
Na operação, foi apreendida
grande quantidade de anestésicos veterinários, ecstasy e frascos com GHB. Até a conclusão
desta edição, a polícia ainda
procurava cinco pessoas.
Marina Maggessi disse que
pedirá à PF um trabalho conjunto, já que, em um grampo,
identificou um dos detidos na
operação federal.
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