São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

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CONFRONTO NO RIO

Tráfico perdeu R$ 100 milhões, diz PM

33 toneladas de maconha são apreendidas; Cabral pede para Exército ficar até 2011 e Lula autoriza

Presidente afirma que ajuda militar ao Rio será mantida "pelo tempo que for necessário para garantir a paz"

DO RIO
DO ENVIADO A ESTREITO (MA)


O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, apresentou ontem o resultado do trabalho das polícias Civil e Militar no Complexo do Alemão: 33 toneladas de maconha, 235 quilos de cocaína, 135 armas de longo alcance, entre fuzis e metralhadoras, além de bombas, granadas e munições que, segundo ele, ainda não tinham sido contabilizadas. A droga será incinerada hoje.
O comandante-geral da PM do Rio, Mario Sergio Duarte, estimou em ao menos R$ 100 milhões o prejuízo causado ao tráfico com a ocupação do Alemão. Ele definiu a cifra como "uma paulada" nas finanças do tráfico.
Beltrame minimizou o baixo número de presos no Alemão. Até ontem, eram pouco mais de 30, diante da estimativa de que haveria mais de 500 criminosos nas favelas. "O mais importante é a conquista do território", disse.
Ele disse que os traficantes que escaparam serão buscados pela polícia. "Não houve falha no cerco. Se olhar o que cada preso significa, o resultado é positivo. O objetivo principal é recuperar território. Se prendermos pessoas e armas, melhor ainda", afirmou o secretário.
À noite, a PM divulgou um balanço de apreensões do dia: 638 kg de maconha (mais 205 trouxinhas), 3 quilos de cocaína (mais 4.391 papelotes) e 260 ampolas de lança-perfume.
Entre armas, estavam cinco fuzis, uma submetralhadora MT12, de calibre 9mm, uma espingarda calibre 12, uma carabina Puma 38, duas pistolas Glock, uma espada, nove carregadores de pistola, um carregador de fuzil Ruger, um carregador de fuzil 556, 200 balas de fuzil 762, 60 balas de 40mm e 30 balas de pistola 9mm.

EXÉRCITO FICA
O governador Sérgio Cabral (PMDB) pediu ontem, formalmente, a permanência do Exército na cidade até outubro de 2011.
O governo decidiu não incluir no pedido o número de soldados, embora estime que 2.000 homens sejam necessários para a tarefa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que as tropas federais continuarão na cidade por tempo indeterminado.
"[As tropas] ficarão pelo tempo que for necessário para garantir a paz", disse, após visita às obras da Usina Hidrelétrica Estreito (MA).
"Se em determinado momento o comandante da operação entender que precisa de mais gente, nós vamos atendê-lo", disse Lula.
(CIRILO JUNIOR, HUDSON CORRÊA, RODRIGO RÖTZSCH, FELIPE CARUSO e BRENO COSTA)


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