São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2001

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NOVOS PREFEITOS

Em Belo Horizonte, socialista faz críticas ao governo federal e se aproxima do PT; governador não foi à posse

Castro sinaliza rompimento com Itamar

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PSB), 68, foi empossado ontem à tarde para seu segundo mandato e reafirmou posições e propostas que apontam para o fortalecimento do PT na administração da cidade o que pode causar um rompimento com o governo do Estado.
Além de ter prometido manter e ampliar várias idéias implantadas pelo PT, Célio já havia anunciado que quatro de seus cinco novos "supersecretários" -que comandarão pastas com ascensão sobre 20 das 22 secretarias de menor peso- serão petistas. Ele irá concluir a definição de sua equipe nos próximos dias.
A consolidação da dobradinha Célio-PT poderá levar a uma ruptura política entre o socialista e o governador Itamar Franco (sem partido), que não compareceu à posse, tendo mandado um representante.
Itamar vem trabalhando pela candidatura do atual vice-governador Newton Cardoso (PMDB) para sua sucessão, em 2002. Célio -que obteve seu segundo mandato ao ter vencido, em segundo turno, o tucano João Leite- reafirmou que não pretende deixar a prefeitura para concorrer ao governo do Estado, mas disse que participará ativamente da eleição.
Vice-prefeito na gestão do petista Patrus Ananias (1993 a 1996), Célio fez uma série de críticas à política econômica do governo federal no discurso feito às cerca de 800 pessoas que compareceram ontem à Câmara.
Ele disse que essa política causa uma "devastação social" no país e que o governo é de uma "insensibilidade política e social" só comparável aos "períodos mais sombrios da história brasileira".
Célio diz que tentará implementar a reforma administrativa (descentralização das ações e integração das políticas públicas) e promover o aumento da participação popular na administração.



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