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RÉVEILLON
Metrô funcionou sem parar, mas houve espera; de acordo com a Polícia Militar, 1,9 milhão de pessoas foram à festa
Público recorde enfrenta filas na Paulista
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA'
Quem foi para a Paulista no Réveillon enfrentou filas do começo
ao fim. Quase 2 milhões de pessoas participaram do evento de
virada do ano na avenida.
O número superou a expectativa dos organizadores, que aguardavam 1,5 milhão de pessoas. De
acordo com a Polícia Militar, 1,9
milhão de pessoas estavam no local na hora da virada.
No início da noite, as filas foram
para chegar ao palco da festa. Os
policiais militares instalaram barreiras nas ruas que davam acesso
à Paulista e, munidos de detectores de metal, revistavam todos.
Ao final da festa, mais filas
-desta vez, em busca de transporte para voltar para casa. O Metrô iria encerrar as atividades às
3h, mas, devido ao grande fluxo
de pessoas, decidiu manter em
operação as três estações da avenida Paulista.
Entre a 0h e as 4h40 passaram
pela linha verde -que atende a
Paulista- 26.632 pessoas, quase
duas vezes mais do que no ano
anterior, quando o público foi de
9.828 e o metrô fechou às 3h.
Para fugir da fila, muita gente
preferiu permanecer na avenida
Paulista até que a multidão que
aguardava o metrô se dispersasse.
Uma garoa tornou a espera ainda
mais comprida.
"A festa deveria ter terminado
mais tarde", reclamou o analista
de qualidade Luciano Soares, 28.
O grafiteiro César Tadeu Reis
Cunha, 34, aproveitou o tempo de
espera para paquerar as garotas
no ponto de ônibus. "Na festa só
tinha homem e as poucas mulheres não queriam saber de nada",
reclamou.
Aniversário
Além da passagem de ano, a festa teve o apelo de ser o primeiro
evento comemorativo do 450º
aniversário da cidade, que ocorre
no próximo dia 25.
A prefeita Marta Suplicy (PT)
abriu o evento de forma simbólica, às 18h30, mas não passou o Réveillon na avenida. Comemorou a
data em casa.
A virada aconteceu ao som do
grupo de reggae Cidade Negra e
com queima de 80 mil fogos de artifício, enquanto os telões mostravam imagens da cidade.
Não houve tumultos, segundo a
polícia. Um menino de oito anos e
seus pais sofreram queimaduras
de segundo e terceiro grau ao soltarem rojões.
Veteranos e novatos
Para a empregada doméstica
Maria Helena Zanfonato Nascimento, 44, já são seis anos de festa
na Paulista. Desde 1998, no dia 31
de dezembro ela cumpre a mesma
rotina: participa da corrida de São
Silvestre à tarde e à noite festeja a
virada do ano.
Desta vez, no entanto, foi um
pouco diferente. Com o joelho
operado, ela não pôde participar
da maratona. Mesmo assim, não
dispensou a festa. "Eu tinha que
vir de qualquer jeito para ficar de
olho nas minhas três filhas, que
viriam com ou sem mãe", conta.
O marido ficou em casa, fazendo o churrasco que a família ia comer após o Réveillon. Gaúcha,
Nascimento mora em São Paulo
há 24 anos e se disse satisfeita por
participar das festividades dos
450 anos. "É uma cidade muito
acolhedora e hospitaleira, tanto
para o rico como para o pobre."
Já as amigas Maria Auxiliadora
dos Santos, 44, e Janete Calazans
da Silva, 46, passaram pela primeira vez o Réveillon na avenida
Paulista. "Estou adorando, mas
deveria ter mais cantores", queixava-se Santos, citando nomes
como Elba Ramalho e Ivete Sangalo a título de sugestão.
Mas mesmo sem as cantoras e
com um problema na perna direita, decorrente de paralisia infantil,
ela não deixou de se divertir.
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