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OUTRO LADO
"Lidamos com diversão familiar"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Nosso negócio gira em torno
do lazer, do entretenimento. Lidamos com uma diversão familiar,
quase morna, de apostas baixas.
Não faz sentido, portanto, que
nos olhem como os cassinos. Lá,
de fato, a coisa pesa. Arrisca-se
muito dinheiro e se oferece uma
gama enorme de jogos."
É assim que Olavo Sales da Silveira, presidente da Associação
Brasileira de Bingos (Abrabin),
responde àqueles que defendem
mais controle sobre o setor.
Fundada em 1995, a Abrabin representa 560 das 1.100 casas que se
espalham pelo país e funcionam
todos os dias. Iniciam o expediente, em geral, às 11h e só fecham as
portas de madrugada.
A associação nunca encomendou pesquisas para traçar o perfil
exato dos jogadores. Silveira, no
entanto, identifica "empiricamente" quatro tipos principais de
público:
* À tarde, predomina "a turma
da terceira idade, sobretudo as
mulheres";
* Das 18h às 21h, prevalecem os
homens, "o sujeito que está saindo do trabalho e quer evitar o
trânsito";
* Das 21h à 0h, é a vez dos casais;
* Da 0h em diante, destacam-se
os "notívagos de ambos os sexos,
o povo que não gosta de dormir
cedo".
"Se há compulsivos nesses grupos, certamente são exceções",
diz. "Não podemos admitir que se
criem normas para proteger uma
minoria e, em consequência, limite-se a liberdade de um número
maior de pessoas."
O presidente da Abrabin considera que, "caso a sociedade resolva promover uma cruzada preventiva" contra o vício de jogar,
terá também de combater a compulsão por "chocolate, cartão de
crédito, internet, fast-food e mesmo sexo". "Pelo andar da carruagem, em breve irão exigir que o
sanduíche do McDonald's venha
com um aviso: "Cuidado! Trata-se
de produto prejudicial à saúde
-engorda"."
(AA)
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