São Paulo, sábado, 02 de fevereiro de 2008

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Pequenos bares burlam lei seca nas estradas

Ontem, era possível encontrar bebidas alcoólicas em estabelecimentos menores

Restaurantes dentro de postos cumpriram lei que entrou ontem em vigor e veta venda às margens das rodovias federais

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Encontrar bebidas alcoólicas à venda nas margens das rodovias federais de São Paulo foi mais difícil ontem com o início da vigência da medida provisória que proíbe a comercialização neste locais. Os principais estabelecimentos cumpriram a nova legislação. Bares menores e fora dos postos de gasolina, no entanto, ainda ofereciam cerveja e destilados.
A superintendência da Polícia Rodoviária Federal informou que pelo menos dez estabelecimentos foram autuados ontem no Estado de São Paulo, a maioria na região do Vale do Paraíba e em rodovias secundárias como a BR-488, que liga a Dutra a Aparecida.
Na região metropolitana de São Paulo, não havia registro de autuações até a noite de ontem. A reportagem, no entanto, encontrou estabelecimentos com acesso direto a rodovias que continuavam com garrafas de bebidas alcoólicas.
Em Guarulhos, a Churrascaria Cumbica, dentro de um posto Shell, na Dutra, esvaziou as geladeiras. No entanto, ao lado, o pequeno bar Esquina Real mantinha dez garrafas de bebidas para servir drinques no balcão e cervejas disponíveis na geladeira self-service.
Na Fernão Dias, no bairro de Jaçanã, em São Paulo, os funcionários do restaurante do Posto BR informavam que não podiam vender bebida alcoólica, mas indicavam uma padaria, a uma quadra.
Ainda na mesma rodovia, em Atibaia, a rede Dom Pedro guardou todos os vinhos e pingas que tinha mandado fazer com seu rótulo. "Quem quiser beber, vai no mercado e compra. Isso só vai fazer o pessoal entrar na cidade", disse o gerente, Adelson Fernandes.
Na Régis Bittencourt, os comerciantes mantiveram as portas fechadas em protesto contra a medida. Eles defendem que a fiscalização deveria ser sobre o motorista e não sobre o restaurante, que serve também passageiros e moradores.
"Pode fazer uma blitz aqui na porta se quiser, mas deixe a gente trabalhar", disse Roberto Terassi, dono da Churrascaria Gauchão e vice-prefeito de Embu. Ele e outros 40 comerciantes tentarão conseguir na Justiça o direito de vender bebidas.

Multa
A multa para o estabelecimento que vender bebidas alcoólicas é de R$ 1.500. Se houver reincidência, o valor dobra e a permissão de acesso pela rodovia é suspensa por dois anos.
Os estabelecimentos tem ainda obrigação de colocar avisos sobre a nova legislação, sob pena de multa de R$ 300.
Nas rodovias estaduais de São Paulo, a proibição já existe desde 1985.


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