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Pequenos bares burlam lei seca nas estradas
Ontem, era possível encontrar bebidas alcoólicas em estabelecimentos menores
Restaurantes dentro de postos cumpriram lei que
entrou ontem em vigor e veta venda às margens
das rodovias federais
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Encontrar bebidas alcoólicas
à venda nas margens das rodovias federais de São Paulo foi
mais difícil ontem com o início
da vigência da medida provisória que proíbe a comercialização neste locais. Os principais
estabelecimentos cumpriram a
nova legislação. Bares menores
e fora dos postos de gasolina, no
entanto, ainda ofereciam cerveja e destilados.
A superintendência da Polícia Rodoviária Federal informou que pelo menos dez estabelecimentos foram autuados
ontem no Estado de São Paulo,
a maioria na região do Vale do
Paraíba e em rodovias secundárias como a BR-488, que liga a
Dutra a Aparecida.
Na região metropolitana de
São Paulo, não havia registro de
autuações até a noite de ontem.
A reportagem, no entanto, encontrou estabelecimentos com
acesso direto a rodovias que
continuavam com garrafas de
bebidas alcoólicas.
Em Guarulhos, a Churrascaria Cumbica, dentro de um posto Shell, na Dutra, esvaziou as
geladeiras. No entanto, ao lado,
o pequeno bar Esquina Real
mantinha dez garrafas de bebidas para servir drinques no balcão e cervejas disponíveis na
geladeira self-service.
Na Fernão Dias, no bairro de
Jaçanã, em São Paulo, os funcionários do restaurante do
Posto BR informavam que não
podiam vender bebida alcoólica, mas indicavam uma padaria, a uma quadra.
Ainda na mesma rodovia, em
Atibaia, a rede Dom Pedro
guardou todos os vinhos e pingas que tinha mandado fazer
com seu rótulo. "Quem quiser
beber, vai no mercado e compra. Isso só vai fazer o pessoal
entrar na cidade", disse o gerente, Adelson Fernandes.
Na Régis Bittencourt, os comerciantes mantiveram as portas fechadas em protesto contra a medida. Eles defendem
que a fiscalização deveria ser
sobre o motorista e não sobre o
restaurante, que serve também
passageiros e moradores.
"Pode fazer uma blitz aqui na
porta se quiser, mas deixe a
gente trabalhar", disse Roberto
Terassi, dono da Churrascaria
Gauchão e vice-prefeito de Embu. Ele e outros 40 comerciantes tentarão conseguir na Justiça o direito de vender bebidas.
Multa
A multa para o estabelecimento que vender bebidas alcoólicas é de R$ 1.500. Se houver reincidência, o valor dobra
e a permissão de acesso pela rodovia é suspensa por dois anos.
Os estabelecimentos tem
ainda obrigação de colocar avisos sobre a nova legislação, sob
pena de multa de R$ 300.
Nas rodovias estaduais de
São Paulo, a proibição já existe
desde 1985.
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