São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009

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ANTÔNIO MONIZ VIANNA (1924-2009)

O decano da crítica brasileira de cinema

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

O cinema acabou em 1973, com a morte de John Ford. O cinema brasileiro nunca criou uma obra de arte. O cinema novo foi uma palhaçada de gente despreparada. Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague foram pragas.
Essas são ideias de Antônio Moniz Vianna, guru de cinéfilos, decano dos críticos brasileiros de cinema, jornalista e médico, que morreu no sábado, no Rio, aos 84. Ele estava internado com pneumonia havia 15 dias no Copa D'Or, em Copacabana, bairro onde vivia desde os 11 anos.
Nascido em Salvador, Moniz Vianna começou assinar críticas de cinema no jornal carioca "Correio da Manhã" aos 21. Foram mais de 5.000 críticas em 27 anos -parte reunida por Ruy Castro em "Um Filme por Dia: Crítica de Choque" (Cia. das Letras).
Fundador e diretor da Cinemateca do MAM do Rio, de 1956 a 1965, organizou mostras com filmes inéditos na época, como "Cidadão Kane", de Orson Welles. Entrevistou cineastas que admirava, como René Clair e John Ford. Em 1973, parou de escrever para o jornal, do qual foi ainda redator-chefe.
"Ele dizia que o "Correio da Manhã" era a casa dele, que ele não queria mais escrever e que o cinema havia mudado demais", contou a filha. Optou pela reclusão em casa quando o jornal faliu. Só abriu exceção a seu time, fazendo um texto no centenário do Flamengo, em 1995.
Foi enterrado ontem no cemitério São João Batista. Como homenagem, os jogadores do Flamengo fizeram um minuto de silêncio antes da partida contra o Volta Redonda, vencida por 1 a 0.


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