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ANTÔNIO MONIZ VIANNA (1924-2009)
O decano da crítica brasileira de cinema
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
O cinema acabou em 1973,
com a morte de John Ford. O
cinema brasileiro nunca
criou uma obra de arte. O cinema novo foi uma palhaçada de gente despreparada.
Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague foram pragas.
Essas são ideias de Antônio Moniz Vianna, guru de
cinéfilos, decano dos críticos
brasileiros de cinema, jornalista e médico, que morreu
no sábado, no Rio, aos 84. Ele
estava internado com pneumonia havia 15 dias no Copa
D'Or, em Copacabana, bairro
onde vivia desde os 11 anos.
Nascido em Salvador, Moniz Vianna começou assinar
críticas de cinema no jornal
carioca "Correio da Manhã"
aos 21. Foram mais de 5.000
críticas em 27 anos -parte
reunida por Ruy Castro em
"Um Filme por Dia: Crítica
de Choque" (Cia. das Letras).
Fundador e diretor da Cinemateca do MAM do Rio,
de 1956 a 1965, organizou
mostras com filmes inéditos
na época, como "Cidadão
Kane", de Orson Welles. Entrevistou cineastas que admirava, como René Clair e
John Ford. Em 1973, parou
de escrever para o jornal, do
qual foi ainda redator-chefe.
"Ele dizia que o "Correio da
Manhã" era a casa dele, que
ele não queria mais escrever
e que o cinema havia mudado demais", contou a filha.
Optou pela reclusão em casa
quando o jornal faliu. Só
abriu exceção a seu time, fazendo um texto no centenário do Flamengo, em 1995.
Foi enterrado ontem no
cemitério São João Batista.
Como homenagem, os jogadores do Flamengo fizeram
um minuto de silêncio antes
da partida contra o Volta Redonda, vencida por 1 a 0.
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