|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INVESTIGAÇÃO
Polícia vai investigar suposta existência de movimento revolucionário criado por Marcinho VP
Secretário vê traficante como subversivo
da Sucursal do Rio
O secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, disse
ontem que a polícia está investigando a suposta existência do
movimento social "favelania",
que teria sido criado pelo traficante de drogas Márcio Amaro de
Oliveira, o Marcinho VP, 30.
"Favelania" foi um conceito
criado pelo traficante e mencionado em entrevista à TV Globo
-a expressão designa uma proposta de conscientização política
de moradores de favelas.
O secretário de Segurança determinou que a polícia investigue
se está em curso a formação de
um movimento revolucionário
que possa atentar contra a soberania nacional.
Como Marcinho VP afirmara
também que teria sido ajudado
por artistas e políticos, Quintal
quer saber se o traficante recebeu
"assessoramento intelectual".
Segundo Quintal, se houver indícios de crime federal, a Polícia
Federal será chamada.
De acordo com o secretário, o
coordenador de movimentos sociais em favelas André Fernandes
-que trabalhou no morro Dona
Marta, em Botafogo (zona sul),
reduto de Marcinho VP-, será
convocado a depor para esclarecer se estaria ajudando o traficante a difundir o conceito de "favelania", como suspeita a polícia. Fernandes não foi localizado ontem
para comentar o assunto.
A polícia espera prender até
amanhã o traficante, que foi pivô
de uma crise na cúpula da Segurança Pública do Rio.
De acordo com o diretor da
DRE (Delegacia de Repressão a
Entorpecentes da Polícia Civil),
delegado Cláudio Vieira, ele deverá ser preso antes do Carnaval. Segundo a polícia, Marcinho deixou
a Argentina, onde havia se refugiado no final de 99, e estaria escondido em uma favela do Rio.
O fato de Marcinho VP ter recebido ajuda financeira do cineasta
João Moreira Salles para escrever
um livro gerou divergências públicas entre Josias Quintal, que
condenou a iniciativa, e o coordenador da área de Segurança, Luiz
Eduardo Soares, que não viu crime na iniciativa de Salles.
O cineasta foi convocado a
comparecer hoje de manhã na
Corregedoria de Polícia Civil para
esclarecer denúncia de que teve
seu telefone grampeado e foi alvo
de chantagem de policiais. Salles
também será convocado a depor
na CPI do Narcotráfico e na Comissão de Segurança Pública da
Assembléia Legislativa do Rio.
O governo do Estado e a Prefeitura do Rio vão urbanizar o morro Dona Marta, que tem 12 mil
moradores, a um custo de R$ 12,8
milhões. Ontem à noite, foi anunciado o vencedor do concurso de
idéias para urbanização do morro. O projeto escolhido é da arquiteta Fernanda Maria Salles Amaral, que vai receber R$ 18 mil.
Texto Anterior: Traficante deve ser preso até amanhã Próximo Texto: Sigla VP indica pequeno traficante Índice
|