DA REPORTAGEM LOCAL

As pessoas que possuem implantes precisam ficar atentas às infecções na gengiva. De maneira semelhante ao que ocorre com os dentes naturais, a gengiva que encobre os "dentes substitutos" também pode se infeccionar.
A doença, nesse caso chamada de periimplantite, pode levar à perda do implante e ao comprometimento dos dentes vizinhos. Segundo o periodontista Rodrigo Bueno de Moraes, isso geralmente ocorre quando o implante não está bem conectado ao osso. O espaço permitiria a penetração e a proliferação das bactérias.
A infecção também pode acontecer pelo acúmulo de partículas de alimentos que se alojam nos sulcos periimplantares profundos, causando um abcesso no local, de acordo com Moraes.
Tanto no caso dos dentes naturais quanto nos implantes, o problema pode ser diagnosticado em um exame clínico em que é usada uma sonda periodontal (milimetrada), que vai medir a profundidade do sulco gengival.
Se o sulco estiver aprofundado, é sinal de que ocorreu a destruição dos tecidos de suporte, o que pode levar à destruição óssea e à perda do dente.
Segundo o periodontista Mário Taba Júnior, esse processo é lento e indolor, apesar dos sangramentos gengivais frequentes. "Muitas pessoas só percebem o problema quando o dente está mole", diz.
Foi o caso da professora do ensino médio Ana Lúcia Ferreira, 32, que só descobriu a doença ao perder um dente. "Como a minha dentista estava de férias, acabei procurando outra, indicada por uma amiga. Ao olhar a minha boca, ela já percebeu que a causa da queda do dente estava relacionada com a periodontite."
Ferreira afirma que havia observado o sangramento na gengiva, durante a limpeza com o fio dental, mas sempre imaginou que o problema fosse "normal". "Minha antiga dentista, que cuidava dos meus dentes desde a infância, nunca me alertou para isso", diz.
Após tratar a infecção, a professora fez um implante dentário e diz que mudou "radicalmente" seus hábitos de higiene bucal. "Ando com escova de dente, pasta e fio dental o tempo todo na bolsa e escovo os dentes, no mínimo, três vezes por dia", afirma.


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