São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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USP tem uma das piores avaliações do ar na região metropolitana

DA REPORTAGEM LOCAL

Já se sabia que a qualidade do ar no parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, é uma das piores da capital. Em 2007, a área voltou a ser recordista em ar impróprio em toda a região metropolitana -ficou 38 vezes com ar inaceitável.
Agora, os dados da Cetesb apontam que outro local bastante procurado para a prática de esportes, a Cidade Universitária da USP, na zona oeste da capital, também está comprometido pela poluição.
A estação de monitoramento da Cetesb na USP foi uma das que tiveram mais ocorrências de qualidade do ar ruim em 2007. A medição começou a ser feita em 29 de março e detectou ar impróprio 33 vezes.
Áreas como a USP e o Ibirapuera sofrem mais com o ozônio, principalmente por receberem muita luz solar, primordial para a formação do poluente. Além disso, o vento marítimo empurra a poluição para a zona oeste, onde está a USP.
O técnico em telecomunicações José Nilton Correia, 51, corre 7 km, de três a quatro vezes por semana, nas ruas arborizadas da Cidade Universitária. Ele não imaginava que estava exposto a altos níveis de poluição por ozônio.
"Vou continuar me exercitando aqui, é uma área muito gostosa, sombreada. Mas vou prestar atenção e evitar horários de pico de poluição", diz.
O ozônio, poluente que precisa do sol para se formar, alcança sua maior concentração no período da tarde, entre as 13h e as 17h. Por isso, em dias muito poluídos por ozônio deve-se evitar atividades físicas ao ar livre durante a tarde.
Os meses mais poluídos em 2007 foram os do verão e da primavera -janeiro, setembro e dezembro.
Outras estações líderes em poluição no ano passado, além do Ibirapuera e da USP, foram Nossa Senhora do Ó e Santana, ambas na zona norte. Elas ficaram, respectivamente, 34 e 33 vezes com ar ruim. Em todas, o maior problema é o ozônio.
Cambuci e Centro não apresentaram nenhuma vez qualidade do ar inadequada ou má. Congonhas e Cerqueira César tiveram ao longo do ano uma ocorrência de ar inaceitável.
Quando a estação da USP foi inaugurada, a intenção era colocar relógios de rua para informar, além do horário, a qualidade do ar -como ocorre no parque Ibirapuera. A idéia, entretanto, não foi concretizada.
"Durante o exercício físico, as pessoas acabam inalando mais ar e, com isso, também maior quantidade de poluentes", afirma o professor da Unifesp Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva.
Segundo a Cetesb, o ozônio provoca irritação nos olhos, nariz e garganta, além de tosse seca e cansaço. E há o risco de agravar a doença nos casos de pessoas que já tenham problemas respiratórios. (AB e JEC)


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