EDMILSON ZANETTI
em São José do Rio Preto

Sete pessoas que foram presas no último domingo à noite disseram à polícia que o prefeito afastado de Bauru (SP), Antonio Izzo Filho (PPB), é o mandante dos atentados cometidos contra vereadores de oposição na cidade.
Desde o dia 9 de dezembro, ocorreram cinco atentados, a tiros ou com coquetéis molotov, contra vereadores ou assessores do grupo político que, em agosto do ano passado, participou da cassação do prefeito.
Segundo o delegado José Jorge Cardia, 53, dois acusados presos disseram que Izzo Filho planejava mandar matar o juiz e o promotor que o afastaram do cargo pela segunda vez.
O juiz Mauro Ruiz Daró e o promotor Carlos Roberto Simioni não quiseram comentar o caso.

Nota
Em nota oficial, juízes e promotores da cidade disseram que "repudiam qualquer ato de violência contra as instituições democráticas" e conclamam os moradores a "não aceitar e não se acomodar, em hipótese alguma, diante de tais atos de barbárie".
Segundo o delegado José Jorge Cardia, os acusados recebiam R$ 1.000 por atentado. Para atirar na perna de um vereador -plano que não foi executado-, eles receberiam R$ 5.000.

Interrogatório
O interrogatório foi acompanhado por nove advogados, incluindo diretores da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Bauru (345 km a noroeste de São Paulo).
Cinco dos presos eram ligados à Prefeitura de Bauru. Dois eram seguranças e um, assessor de Izzo Filho.

Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, Antonio Izzo Filho negou seu envolvimento no caso dos atentados.
"Eu nunca dei dinheiro para essa finalidade. Essas pessoas não tinham essa função e, se fizeram isso, foi por conta própria, porque, na realidade, essa não era a nossa orientação", afirmou o prefeito afastado.
O delegado disse que estuda juridicamente qual providência tomar contra o prefeito.
O prefeito afirmou, por meio da nota divulgada, que não sabe "o que está acontecendo" e que pretende ir à delegacia para esclarecer o caso.


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