JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

Uma proposta de CPI que deve ser apresentada hoje por partidos de oposição na Câmara para investigar denúncias de corrupção nas administrações regionais já tem garantia de aprovação.
Seriam necessários 28 votos para aprovar a investigação, mas a oposição passou a ter ontem votos favoráveis de 31 parlamentares com o anúncio do apoio do PTB (veja quadro).
O PTB votou contra o pedido de apuração na última terça-feira, quando a proposta de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi barrada por 29 votos contra 24.
A mudança de posição ocorreu por determinação do partido.
De acordo com o líder do PTB na Câmara, o vereador José Amorim, os três parlamentares do partido vão acatar a determinação.
"Nós votamos contrários à CPI porque o partido entendia que a CPI tinha caráter eminentemente político. Diante das manifestações das pessoas que nos procuraram, chegamos à conclusão de apoio à CPI", disse Amorim.
Além do PTB, a oposição também ganhou o apoio, anteontem, dos quatro vereadores do PMDB.
Como já tinha 24 votos favoráveis, a oposição passou a ter 30 votos com a mudança de posição de vereadores do PMDB e PTB -a peemedebista Lídia Corrêa já tinha votado favoravelmente à investigação na semana passada.
Mais o voto favorável do presidente da Câmara, Armando Mellão, a oposição soma os 31 votos favoráveis.
Os 24 votos que a oposição tinha foram conseguidos durante a votação de proposta de CPI que havia sido feita pelo vereador José Eduardo Cardozo (PT) e foi barrada há uma semana.
O pedido de uma nova CPI que deve ser apresentado hoje na Câmara só pode ser votado amanhã. É uma exigência do regimento interno da Câmara. A proposta precisa ser apresentada em um dia e passa a poder ser votada na sessão seguinte.

Nova proposta
Apesar da garantia de aprovação, a oposição ainda não tinha definido até ontem à noite quem deve presidir a investigação.
Segundo a vereadora Aldaíza Sposati, líder do PT na Câmara, o assunto vai ser definido em uma reunião de bancadas hoje.
O PSDB, segundo o líder do partido na Câmara, o vereador Dalton Silvano, defende o vereador Cardozo na presidência.
Ontem, até o vereador Paulo Frange (PPB) disse que votaria a favor da proposta, se o presidente da investigação não fosse o vereador Cardozo. Ele votou contra o pedido na semana passada.
"A resistência contra a proposta foi por causa da forma que ela foi apresentada", disse o vereador sobre o receio de que a investigação fosse transformada em "palanque" nas mãos da oposição.


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