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SEGURANÇA
Governo quer criar órgãos que coordenem ações das polícias estaduais, da PF e das Forças Armadas
Verba só sai com adesão a plano do PT
Fernando Quevedo/Agência O Globo
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Réplica de bondinho na estação de trens do Corcovado, que foi alvejada por tiros de fuzis e pistolas |
ANDRÉA MICHAEL
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plano de segurança que o governo federal vai apresentar aos
Estados na próxima segunda-feira aposta em parcerias e integração de ações para combater a violência no país. E prevê que os Estados encampem, por escrito, o
projeto na área defendido pelo PT
na eleição de 2002 como forma de
assegurar recursos federais.
A decisão pode trazer conflitos
políticos. Mas o caminho da negociação será o único meio -pelo menos de acordo com o discurso do governo federal- de garantir aos Estados o acesso, por meio
de convênios, aos R$ 281 milhões
disponíveis hoje no Fundo Nacional de Segurança Pública.
As dificuldades para transferir o
traficante Fernandinho Beira-Mar, os atentados no Rio de Janeiro e o assassinato de dois juízes,
em São Paulo e no Espírito Santo,
pressionam as autoridades locais
e nacional para uma parceria.
O programa do PT prevê a integração gradativa das forças policiais em um Sistema Único de Segurança. Pela proposta, o sistema
seria "gerenciado" pela Secretaria
Nacional de Segurança Pública,
que teria status de ministério.
Como os Estados temiam perda
de autonomia e o ônus político
para o governo no caso de crises
seria maior, o Ministério da Justiça criou os Gabinetes de Gestão
Integrada, compostos por autoridades estaduais e federais.
Os gabinetes envolvem serviços
de inteligência e trabalho conjunto da Polícia Federal e Forças Armadas com as polícias estaduais.
"No nosso diagnóstico, o principal mal [no combate ao crime
organizado" é a fragmentação das
ações", afirmou Luiz Eduardo
Soares, secretário Nacional de Segurança Pública.
O "marco zero" do programa
será o Estado do Rio Grande do
Sul, cujo acordo de adesão acontece na segunda-feira.
"Não há um tiro único. Existem
muito atos, atitudes e providências que estamos tomando [no
combate ao crime". É isso que vamos mostrar aos secretários", declarou Soares.
A ocasião foi escolhida por ter
caráter simbólico e didático. O
governo quer "vender" a idéia do
plano ancorado no exemplo prático do Rio Grande do Sul.
Está prevista a criação em todos
os Estados de um gabinete, composto por membros das Forças
Armadas, da PF, da Polícia Rodoviária Federal, das polícias estaduais, dos bombeiros e da Defesa
Civil -o caso da Abin ainda está
em debate. Ministério Público e
Tribunal de Justiça participarão
como convidados.
Esse órgão vai deliberar sobre
condução da política de segurança pública no Estado, integração
entre os órgãos de inteligência e
aplicação do dinheiro do Fundo
Nacional de Segurança. A palavra
final é dos Estados.
Serão criadas, em cada unidade
da Federação, agências de cooperação técnica, uma espécie de representação da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A meta é criar os gabinetes e a
agência de cooperação técnica em
todos os Estados e no Distrito Federal até o fim do ano. As discussões mais avançadas ocorrem em
São Paulo -que deve ser o próximo da lista a adotar o plano- e
no Espírito Santo, onde o modelo
existe informalmente desde 2002.
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