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ENSINO FUNDAMENTAL
Novo exame para medir aprendizado de estudantes, ainda em elaboração, deve custar R$ 60 milhões
Lula quer avaliação semestral dos alunos
JULIA DUAILIBI
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou ontem em Araras,
no interior de São Paulo, um novo
programa de avaliação do ensino
fundamental para a rede pública.
O projeto, ainda em gestação no
Ministério da Educação, deve custar cerca de R$ 60 milhões.
Os estudos para o novo exame
foram um pedido pessoal de Lula
ao ministro Tarso Genro (Educação), há 15 dias. Mais que elevar o
número de alunos na escola, a
proposta é melhorar a qualidade
do ensino com provas anuais (ou
semestrais), que seriam feitas por
todos os 35,3 milhões de alunos
do ensino fundamental.
O exame substituiria o Saeb
(Sistema de Avaliação da Educação Básica), feito por amostragem
por alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e do 3º ano do
médio para medir o aprendizado
em língua portuguesa e matemática. Feito a cada dois anos, o Saeb
revelou em 2003 que 59% das
crianças na 4ª série não sabem ler
e 52% ainda não sabem fazer operações matemáticas simples.
"Há hoje um manancial de dados disponíveis para avaliar os estudantes, mas em cada Estado do
país usa-se uma metodologia diferente, o que dificulta comparações e análises detalhadas da qualidade do ensino", disse ontem à
Folha o ministro Tarso Genro.
A idéia do governo Lula é diferenciar-se da gestão FHC, que
considera seu grande feito na
educação ter encerrado o mandato com 97% das crianças na escola. Lula fez ontem crítica indireta a
FHC. "Não basta um governante
se vangloriar de ter todas as crianças na escola. É melhor se vangloriar da qualidade da educação que
essas crianças estão tendo."
Pelo cronograma inicial do governo, a prova seria aplicada pela
primeira vez no início do segundo
semestre deste ano. Os resultados
estariam prontos até novembro e
seriam incluídos em um estudo
federal. Há a possibilidade de o
novo exame avaliar também os
professores (por amostragem).
Com base nesse diagnóstico, o
governo apresentaria propostas
para transformar 2005 no Ano da
Qualidade do Ensino Básico.
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