São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2004

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PATRIMÔNIO

Obra, de Pernambuco, é avaliada em US$ 80 mil

Encontrada na Bela Vista peça do século 18 furtada de capela em 93

MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal de São Paulo recuperou ontem uma peça sacra do século 18 que tinha sido furtada havia 11 anos da Capela São Francisco Xavier do Engenho Bonito, em Nazaré da Mata (70 km de Recife). A obra, uma talha de madeira de 2,18 m por 1,50 m e que pesa cerca de 60 quilos, foi encontrada em um antiquário na Bela Vista (região central). A peça é avaliada em US$ 80 mil.
Segundo o delegado Wagner Castilho, chefe de comunicação da PF em São Paulo, as investigações começaram há cinco meses pela Delemaph (Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico). O furto, no entanto, cocrreu em 1993 e, desde então, a obra estava na lista de bens culturais procurados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pela Polícia Federal. A lista tem hoje 892 itens.
As primeiras pistas surgiram quando o chefe do setor de Bens Culturais Procurados do Iphan, Rogério Tadeu Salles Carvalho, viu uma foto da relíquia desaparecida na página 229 do catálogo de arte barroca da Mostra do Redescobrimento, durante as comemorações dos 500 anos do Brasil.
Como a foto era diferente do único registro conhecido da obra, os funcionários do Iphan tentaram obter informações sobre a imagem com Emílio Kalil, que elaborou o catálogo. Como não conseguiram, pediram a ajuda da Polícia Federal. "Quando uma peça dessa importância é furtada, não é tão comum recuperar porque o crime é feito por encomenda", disse Carvalho.
De acordo com Castilho, a polícia começou as investigações localizando o fotógrafo da imagem do catálogo, mas, antes que se chegasse a alguém, Ricardo von Brusk, dono de um antiquário, procurou a polícia e entregou a peça. "Como ele disse que não sabia que a obra era furtada, por enquanto não será indiciado."
Von Brusk não foi localizado pela reportagem no endereço em que a PF retirou a obra, na rua dos Ingleses. A secretária também não quis comentar o assunto.
Segundo Castilho, a talha será encaminhada para perícia e depois o Iphan avaliará se ela será levada de volta para a capela em Pernambuco ou encaminhada para algum museu.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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