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PATRIMÔNIO
Obra, de Pernambuco, é avaliada em US$ 80 mil
Encontrada na Bela Vista peça do século 18 furtada de capela em 93
MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal de São Paulo
recuperou ontem uma peça sacra
do século 18 que tinha sido furtada havia 11 anos da Capela São
Francisco Xavier do Engenho Bonito, em Nazaré da Mata (70 km
de Recife). A obra, uma talha de
madeira de 2,18 m por 1,50 m e
que pesa cerca de 60 quilos, foi encontrada em um antiquário na
Bela Vista (região central). A peça
é avaliada em US$ 80 mil.
Segundo o delegado Wagner
Castilho, chefe de comunicação
da PF em São Paulo, as investigações começaram há cinco meses
pela Delemaph (Delegacia de
Meio Ambiente e Patrimônio
Histórico). O furto, no entanto,
cocrreu em 1993 e, desde então, a
obra estava na lista de bens culturais procurados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional) e pela Polícia
Federal. A lista tem hoje 892 itens.
As primeiras pistas surgiram
quando o chefe do setor de Bens
Culturais Procurados do Iphan,
Rogério Tadeu Salles Carvalho,
viu uma foto da relíquia desaparecida na página 229 do catálogo de
arte barroca da Mostra do Redescobrimento, durante as comemorações dos 500 anos do Brasil.
Como a foto era diferente do
único registro conhecido da obra,
os funcionários do Iphan tentaram obter informações sobre a
imagem com Emílio Kalil, que
elaborou o catálogo. Como não
conseguiram, pediram a ajuda da
Polícia Federal. "Quando uma peça dessa importância é furtada,
não é tão comum recuperar porque o crime é feito por encomenda", disse Carvalho.
De acordo com Castilho, a polícia começou as investigações localizando o fotógrafo da imagem
do catálogo, mas, antes que se
chegasse a alguém, Ricardo von
Brusk, dono de um antiquário,
procurou a polícia e entregou a
peça. "Como ele disse que não sabia que a obra era furtada, por enquanto não será indiciado."
Von Brusk não foi localizado
pela reportagem no endereço em
que a PF retirou a obra, na rua dos
Ingleses. A secretária também
não quis comentar o assunto.
Segundo Castilho, a talha será
encaminhada para perícia e depois o Iphan avaliará se ela será levada de volta para a capela em
Pernambuco ou encaminhada
para algum museu.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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