São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Acaba prazo para adequar fachadas à lei

Por enquanto, fiscais da prefeitura vão apenas orientar os proprietários sobre a norma, e não há data para o início das multas

Mudanças para obedecer à lei Cidade Limpa têm deixado clientes confusos; lojistas reclamam dos custos de novos letreiros

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem circula pela capital paulista já consegue notar as mudanças decorrentes do fim do prazo para proprietários adequarem as fachadas à lei Cidade Limpa, ocorrido no sábado. A norma, além de proibir outdoors, limita o tamanho de letreiros na frente de imóveis.
A lei passou a valer em 1º de janeiro, mas um decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM) prorrogou por 90 dias o prazo para comerciantes regularizarem os estabelecimentos.
Agora, os fiscais da prefeitura irão orientar os donos de imóveis a obedecer a lei. Por enquanto, não haverá multa -a administração não diz, porém, quando começará a autuar.
"As fachadas não estavam irregulares antes da lei, como era o caso dos outdoors. Por isso, vamos primeiro investir em tirar as dúvidas dos comerciantes", disse o prefeito, que acompanhou ontem a retirada de outdoors na zona sul.
Segundo Regina Monteiro, da Empresa Municipal de Urbanização, as lojas devem tirar antes as promoções -elas serão o primeiro alvo de multa. Vários comércios já arrancaram os letreiros, mas ainda não reformaram as fachadas, o que tem deixado clientes confusos.
Em diversas ruas da cidade, como a Augusta, a Consolação e a 25 de Março, existem agora, em vez dos grandes nomes expostos, fachadas vazias ou com pequenos banners. "Está meio bagunçado e é difícil encontrar as lojas. Mas acredito que ficará mais organizado depois", diz a estudante de nutrição Ana Carolina Guimarães, 18, que esteve na sexta na 25 de Março.
Vendedores reclamavam que o público não consegue mais "enxergar" o estabelecimento. "O cliente está perdido, o que é ruim para nós também", diz Karina Rosa dos Santos, da Minas Presentes. Os proprietários queixam-se do custo da mudança -o preço de uma placa de 150 m2 para a fachada é de cerca de R$ 3.000.
Na rua Consolação, os comerciantes estão cautelosos. A concessionária Ford trocou três placas e dois painéis da fachada em dezembro e o totem na última quarta. Mas guardou tudo. "Vão para o depósito para o caso de poder usar novamente. Acho que a lei pode cair", disse Jonathas Rodrigo, analista de marketing da loja.
A Associação Comercial de São Paulo atendeu cerca de 30 pessoas por dia nas últimas duas semanas para tirar dúvidas sobre a lei, mas acredita que, em abril, o número deve subir para mil por dia.


Colaboraram o "Agora", MARIANA BENEVIDES, JOHANNA NUBLAT E SILAS MARTÍ

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