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Acaba prazo para adequar fachadas à lei
Por enquanto, fiscais da prefeitura vão apenas orientar os proprietários sobre a norma, e não há data para o início das multas
Mudanças para obedecer à
lei Cidade Limpa têm
deixado clientes confusos;
lojistas reclamam dos custos
de novos letreiros
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem circula pela capital
paulista já consegue notar as
mudanças decorrentes do fim
do prazo para proprietários
adequarem as fachadas à lei Cidade Limpa, ocorrido no sábado. A norma, além de proibir
outdoors, limita o tamanho de
letreiros na frente de imóveis.
A lei passou a valer em 1º de
janeiro, mas um decreto do
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) prorrogou por 90 dias o
prazo para comerciantes regularizarem os estabelecimentos.
Agora, os fiscais da prefeitura
irão orientar os donos de imóveis a obedecer a lei. Por enquanto, não haverá multa -a
administração não diz, porém,
quando começará a autuar.
"As fachadas não estavam irregulares antes da lei, como era
o caso dos outdoors. Por isso,
vamos primeiro investir em tirar as dúvidas dos comerciantes", disse o prefeito, que acompanhou ontem a retirada de outdoors na zona sul.
Segundo Regina Monteiro,
da Empresa Municipal de Urbanização, as lojas devem tirar
antes as promoções -elas serão o primeiro alvo de multa.
Vários comércios já arrancaram os letreiros, mas ainda não
reformaram as fachadas, o que
tem deixado clientes confusos.
Em diversas ruas da cidade,
como a Augusta, a Consolação e
a 25 de Março, existem agora,
em vez dos grandes nomes expostos, fachadas vazias ou com
pequenos banners. "Está meio
bagunçado e é difícil encontrar
as lojas. Mas acredito que ficará
mais organizado depois", diz a
estudante de nutrição Ana Carolina Guimarães, 18, que esteve na sexta na 25 de Março.
Vendedores reclamavam que
o público não consegue mais
"enxergar" o estabelecimento.
"O cliente está perdido, o que é
ruim para nós também", diz
Karina Rosa dos Santos, da Minas Presentes. Os proprietários
queixam-se do custo da mudança -o preço de uma placa
de 150 m2 para a fachada é de
cerca de R$ 3.000.
Na rua Consolação, os comerciantes estão cautelosos. A
concessionária Ford trocou
três placas e dois painéis da fachada em dezembro e o totem
na última quarta. Mas guardou
tudo. "Vão para o depósito para
o caso de poder usar novamente. Acho que a lei pode cair",
disse Jonathas Rodrigo, analista de marketing da loja.
A Associação Comercial de
São Paulo atendeu cerca de 30
pessoas por dia nas últimas
duas semanas para tirar dúvidas sobre a lei, mas acredita
que, em abril, o número deve
subir para mil por dia.
Colaboraram o "Agora", MARIANA BENEVIDES, JOHANNA NUBLAT E SILAS MARTÍ
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