São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2008

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Total de mortes do 1º trimestre subiu ao menos 22% nas rodovias estaduais

Número pode ser maior porque ainda não foram computados os últimos dias de março

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

O número de mortes em acidentes nas rodovias estaduais de São Paulo cresceu pelo menos 22,5% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2007.
Segundo os dados oficiais, porém, o aumento ainda é de 21,2%. Passou de 418 de janeiro a março de 2007 para 507 até 25 de março deste ano -a Polícia Militar Rodoviária ainda não contabilizou os índices dos últimos dias do trimestre. Em média, 5,9 pessoas morreram por dia, ante 4,6 em 2007.
A diferença será ainda maior porque, segundo a própria polícia, nos últimos dias de março houve vários acidentes fatais. Não estão computadas, por exemplo, as cinco mortes ocorridas na rodovia Candido Portinari, na sexta-feira, em Rifaina, quando um caminhão invadiu a pista contrária e bateu de frente com uma Kombi que transportava alunos da Apae. Com elas, o crescimento é de 22,5%.
O aumento no número de acidentes não acompanhou o ritmo das mortes. Neste ano, houve 17.938 acidentes, 2,3% a mais do que no primeiro trimestre de 2007, quando foram registrados 17.521 ocorrências.
O total de feridos com gravidade caiu 1,1%. Em 2007, 2.062 pessoas se feriram gravemente; neste ano, 2.039. A redução de feridos leves foi mais acentuada: 9,4% (de 6.829 para 6.185).
O tenente Márcio Castro, chefe do setor de Assuntos Civis da Polícia Militar Rodoviária, disse que o aumento no número de mortes é resultado direto do crescimento da frota de veículos no Estado -segundo dados do Detran, só em janeiro a frota ganhou 102 mil carros.
"As facilidades de pagamento para a compra dos carros geram um aumento do número de carros e isso aumenta o risco de acidentes", afirmou.
Mais carros significam mais motoristas nas ruas. De acordo com a polícia, os novos condutores são mais suscetíveis a envolverem em acidentes, em razão da inexperiência.
Segundo o tenente, o aumento das mortes também pode ser creditado ao fato de muitos acidentes terem ocorrido em feriados prolongados. "Com muitas pessoas no carro, ocorreram mais mortes em alguns acidentes. Num caso em que normalmente ocorreria uma morte, se o carro está cheio, pode haver várias", disse Castro.
O tenente Luiz Eduardo Junqueira, comandante interino do batalhão da Polícia Rodoviária de Ribeirão Preto, disse que cerca de 90% dos acidentes com mortos ocorrem sem colisões. "São capotamentos ou casos de quem dormiu no volante."


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