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RIO
Narcisa Tamborindeguy lança livro
Socialite quer ser furacão na ABL
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
Às vésperas de lançar seu livro
de memórias, "Ai, que Loucura!",
com uma megafesta no Copacabana Palace (zona sul do Rio), na
quinta-feira, a socialite carioca
Narcisa Tamborindeguy, 33, já
prepara o próximo passo de sua
carreira de escritora: quer se lançar candidata à ABL (Academia
Brasileira de Letras).
"Vou trocar o chá da ABL por
champanhe. Tenho um padrinho,
o Arnaldo Niskier (ex-presidente
da instituição). Quero ir para lá. Já
posso entrar, tenho um livro. Se
meu livro vender bastante, eu vou
para a academia revolucionar
aqueles velhinhos. Vou ser um furacão lá dentro. Eles que se cuidem", diz a socialite.
Narcisa pensa seriamente em se
candidatar à vaga aberta na instituição com a morte do cientista
Carlos Chagas Filho. Como credencial para sua candidatura,
apresenta o livro onde conta episódios como o da festa de réveillon que organizou na virada do
ano em seu apartamento no edifício Chopin, um dos mais tradicionais da avenida Atlântica, ao lado
do Copacabana Palace.
"Foi uma loucura total. Minhas
amigas gostam muito de mostrar
o corpo, coitadas, elas ainda estão
nessa. Não sabem que o legal é só
insinuar. Elas vinham com tudo
de fora e os garçons, que não estavam acostumados com isso, ficavam nervosos com o que viam e aí
caía tudo. Passava uma Luciana
Gimenez, poft, caía um monte de
bandejas. Passava outra, caía tudo. Assim não é possível, eu tinha
que ficar ensinando a eles a segurar com força", conta.
A socialite fala ainda de sua experiência com drogas -diz que
usava skank (um tipo de maconha) e cocaína todo dia-, e de
como se livrou delas.
"Uma vez numa boate todo
mundo gritava "tira a roupa, tira a
roupa". Por sorte eu não tirei, ia
ser o cúmulo da degradação. Eu já
chegava subindo nas mesas para
dançar. Uma vez um cara chiquérrimo, milionário, veio falar
comigo em uma boate e eu dei um
tapa na cara dele. Em outro, eu dei
um chute naquele lugar que dói."
Depois das noites que ela define
como "uma vida de sexo e
rock'n'roll, heavy metal", Narcisa
conta que não lembrava de nada.
Diz que sua sorte foi ter sido "pincelada" por Deus. Passou uma
temporada na clínica Solar do Rio
-a mesma onde Vera Fischer se
internou, em Santa Teresa, região
central do Rio- e agora frequenta reuniões do AA (Alcóolicos
Anônimos) e do NA Narcóticos.
"Estou limpa há três anos. Agora, se eu fizer um striptease, vai ser
um muito bem pago", diz.
Às vésperas de terminar a faculdade de jornalismo, Narcisa pensa em um programa de TV que tenha "glamour", mas "sempre
lembrando dos menos favorecidos". "Como vou fazer não sei,
mas posso ir numa creche para
crianças abandonadas, depois
mostrar como vivem as crianças
da Escola Americana."
Diz que, com isso, pode ajudar a
fazer uma "revolução social".
"Enquanto não tiver uma revolução social aqui no Brasil, o país
nunca vai para frente. Aqui está
uma baderna. Um governo gasta
milhões em um hospital, o outro
vem e larga para lá. Enquanto tiver essa mentalidade populacionista (sic), isso não vai acabar. Eu
não sou fútil. Eu me preocupo
com as pessoas."
"Ai, que Loucura!" teve seu título inspirado em uma meteórica
participação de Narcisa em um
"Você Decide", da TV Globo. Ela
apareceria em apenas uma cena,
interpretando uma mulher que é
morta por um "serial killer". Sem
falas. Narcisa não resistiu. Ao ser
"assassinada", soltou a frase que
virou sua marca registrada.
O livro tem prefácio do escritor
Roberto Drummond, que diz ser
Narcisa "a reinvenção de Capitu".
A orelha é do imortal e cirurgião
plástico Ivo Pitanguy. "Ninguém
melhor do que ele para fazer uma
orelha, não é?", diz. Será lançado
pela editora Caras, depois que
Narcisa brigou com a Record.
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