São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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RIO
Narcisa Tamborindeguy lança livro
Socialite quer ser furacão na ABL

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Às vésperas de lançar seu livro de memórias, "Ai, que Loucura!", com uma megafesta no Copacabana Palace (zona sul do Rio), na quinta-feira, a socialite carioca Narcisa Tamborindeguy, 33, já prepara o próximo passo de sua carreira de escritora: quer se lançar candidata à ABL (Academia Brasileira de Letras).
"Vou trocar o chá da ABL por champanhe. Tenho um padrinho, o Arnaldo Niskier (ex-presidente da instituição). Quero ir para lá. Já posso entrar, tenho um livro. Se meu livro vender bastante, eu vou para a academia revolucionar aqueles velhinhos. Vou ser um furacão lá dentro. Eles que se cuidem", diz a socialite.
Narcisa pensa seriamente em se candidatar à vaga aberta na instituição com a morte do cientista Carlos Chagas Filho. Como credencial para sua candidatura, apresenta o livro onde conta episódios como o da festa de réveillon que organizou na virada do ano em seu apartamento no edifício Chopin, um dos mais tradicionais da avenida Atlântica, ao lado do Copacabana Palace.
"Foi uma loucura total. Minhas amigas gostam muito de mostrar o corpo, coitadas, elas ainda estão nessa. Não sabem que o legal é só insinuar. Elas vinham com tudo de fora e os garçons, que não estavam acostumados com isso, ficavam nervosos com o que viam e aí caía tudo. Passava uma Luciana Gimenez, poft, caía um monte de bandejas. Passava outra, caía tudo. Assim não é possível, eu tinha que ficar ensinando a eles a segurar com força", conta.
A socialite fala ainda de sua experiência com drogas -diz que usava skank (um tipo de maconha) e cocaína todo dia-, e de como se livrou delas.
"Uma vez numa boate todo mundo gritava "tira a roupa, tira a roupa". Por sorte eu não tirei, ia ser o cúmulo da degradação. Eu já chegava subindo nas mesas para dançar. Uma vez um cara chiquérrimo, milionário, veio falar comigo em uma boate e eu dei um tapa na cara dele. Em outro, eu dei um chute naquele lugar que dói."
Depois das noites que ela define como "uma vida de sexo e rock'n'roll, heavy metal", Narcisa conta que não lembrava de nada. Diz que sua sorte foi ter sido "pincelada" por Deus. Passou uma temporada na clínica Solar do Rio -a mesma onde Vera Fischer se internou, em Santa Teresa, região central do Rio- e agora frequenta reuniões do AA (Alcóolicos Anônimos) e do NA Narcóticos.
"Estou limpa há três anos. Agora, se eu fizer um striptease, vai ser um muito bem pago", diz.
Às vésperas de terminar a faculdade de jornalismo, Narcisa pensa em um programa de TV que tenha "glamour", mas "sempre lembrando dos menos favorecidos". "Como vou fazer não sei, mas posso ir numa creche para crianças abandonadas, depois mostrar como vivem as crianças da Escola Americana."
Diz que, com isso, pode ajudar a fazer uma "revolução social". "Enquanto não tiver uma revolução social aqui no Brasil, o país nunca vai para frente. Aqui está uma baderna. Um governo gasta milhões em um hospital, o outro vem e larga para lá. Enquanto tiver essa mentalidade populacionista (sic), isso não vai acabar. Eu não sou fútil. Eu me preocupo com as pessoas."
"Ai, que Loucura!" teve seu título inspirado em uma meteórica participação de Narcisa em um "Você Decide", da TV Globo. Ela apareceria em apenas uma cena, interpretando uma mulher que é morta por um "serial killer". Sem falas. Narcisa não resistiu. Ao ser "assassinada", soltou a frase que virou sua marca registrada.
O livro tem prefácio do escritor Roberto Drummond, que diz ser Narcisa "a reinvenção de Capitu". A orelha é do imortal e cirurgião plástico Ivo Pitanguy. "Ninguém melhor do que ele para fazer uma orelha, não é?", diz. Será lançado pela editora Caras, depois que Narcisa brigou com a Record.


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