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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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Biólogo vê risco de contaminação

DA SUCURSAL DO RIO

O biólogo Mário Moscatelli disse considerar "uma temeridade" o depósito de lama retirada do fundo da baía de Guanabara e de canais que nela deságuam em um terreno ao lado dos manguezais.
Segundo ele, a lama acumulada no leito dos canais e da baía armazena cargas poluentes industriais e orgânicas. Aquela região é uma das mais poluídas da baía.
"Em qualquer material dragado da baía há o risco de tornar os metais pesados, até então imobilizados no sedimento, passíveis de serem absorvidos pela cadeia alimentar", afirmou Moscatelli.
Os metais pesados, como chumbo, zinco e cádmio, são nocivos ao organismo humano. Podem até causar morte.
De acordo com o engenheiro químico José Roberto de Souza Araújo, a lama na Reduc deve ter uma contaminação orgânica maior do que a industrial.
"A lama é esgoto mesmo. Agora, se for lama com óleo, é outra história. O grande problema do refino do petróleo é o óleo, que causa danos físicos, adere, suja os bichos, mata. Quando o óleo é recente, tem muita substância volátil, que é tóxica", disse ele.
Especialistas opinam que a Reduc, para recuperar a área, deveria ter providenciado o plantio de espécies típicas de manguezais.
"Esse trabalho de recuperação tem como ser feito sem jogar lama no terreno", afirmou o biólogo Fernando Pinto. (ST)


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