|
Próximo Texto | Índice
Usuário teme "pequeno" acidente no metrô
Pesquisa mostra que aumentou a sensação de que há risco de ficar preso na porta ou de cair nos vãos da plataforma
O motivo é o aumento da lotação; a segurança operacional teve a maior redução na aprovação entre 2005 e 2006 (77% para 69%)
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O metrô de São Paulo está
mais superlotado e andando
mais devagar, mas a principal
queda na satisfação de seus serviços pelos passageiros é com a
segurança contra os acidentes
nas plataformas, no embarque,
no desembarque e nos trens.
O fenômeno está ligado ao
acúmulo de mais usuários, mas
não necessariamente ao desconforto e aos atrasos nas viagens que essa demanda extra
provoca -e sim à sensação de
que, em meio ao empurra-empurra e ao espreme-espreme,
aumentaram os riscos nos vãos
das estações ou de alguém ficar
preso na porta dos vagões.
A avaliação é resultado de
uma pesquisa anual do metrô.
Dos dez aspectos avaliados, a
segurança operacional -que
não abrange furtos e roubos-
foi a que registrou a maior redução na aprovação entre 2005
e 2006 -de 77% para 69%.
O maior salto na satisfação,
conforme previsto, foi com a
integração do transporte -de
63% para 68%-, resultado direto da implantação do bilhete
único integrado com os ônibus.
A pesquisa revela que houve
uma oscilação de 69% para 67%
na aprovação geral dos serviços
do metrô -situação vista como
estabilidade pela companhia,
embora seus técnicos revelem
uma preocupação crescente.
A discussão sobre a queda na
qualidade do transporte mais
bem avaliado pela população
foi reforçada no último ano
diante do acréscimo de 247 mil
passageiros extras por dia.
Neste ano, a tendência de
crescimento superior a 10% de
usuários persiste. A linha 3-vermelha já registra 8 passageiros por metro quadrado nos picos -contra uma referência internacional "aceitável" de até 6.
Conforme revelou a Folha, a
velocidade dos trens já caiu até
10% devido à alta da demanda.
Com mais passageiros, maior
é a interferência no embarque,
maiores os atrasos e a demora.
O empurra-empurra também
aumenta, daí a maior sensação
de insegurança dos usuários.
Metodologia
A pesquisa do Metrô, feita
entre agosto e outubro de 2006,
com 4.500 entrevistas -margem de erro de 1,5 ponto percentual para os dados gerais-,
aponta que 33% dos passageiros se sentem inseguros ou
muito inseguros diante da possibilidade de acidentes nas estações e trens na linha 2-verde
(Paulista), 22% na linha 1-azul
(Norte/Sul) e 27% na linha 3-vermelha (Leste/Oeste).
No relatório do estudo, técnicos citaram que "as mulheres
se sentem mais inseguras".
A reclamação de muitos passageiros sobre a superlotação é
evidenciada pelos resultados
na linha 3-vermelha -onde
12,7% dos usuários somente
conseguem embarcar nos picos
da tarde depois da passagem do
terceiro trem. A meta do metrô
é que esse índice seja de 2%.
Próximo Texto: Metrô anuncia melhorias a médio prazo Índice
|