LUCIA MARTINS
enviada especial ao Rio


Apesar de não ter sido palco de nenhum anúncio-bomba, o 13º Congresso Mundial de Cardiologia, que terminou anteontem, reuniu, no Rio, alguns dos mais importantes nomes da área no país.
A Folha elegeu, segundo "votação" feita por médicos presentes no congresso, os principais nomes da cardiologia. Da lista feita por mais de 20 médicos, a reportagem pinçou os cinco mais citados.
O resultado foi uma lista que mistura um pesquisador de ponta (José Eduardo Krieger), líderes de instituições (José Antonio Ramires e Adib Jatene) e autores de importantes descobertas (Sergio Ferreira e Randas Batista).
Krieger foi escolhido por estar desenvolvendo, no Instituto do Coração (SP), pesquisas que podem levar à identificação dos genes responsáveis por cardiopatias. Hoje, só é conhecido um gene ligado a essas doenças. Na pesquisa, ele faz o cruzamento de ratos saudáveis com doentes para tentar isolar genes com problemas.
Seu trabalho é considerado o caminho do "tratamento do futuro" porque, uma vez descobertos os agentes causadores, será mais fácil fabricar novos e mais potentes remédios, assim como ajudar na prevenção. Suas palestras foram as mais disputadas.
Para os participantes, o Incor é o principal centro de referência em cardiologia no Brasil. Jatene e Ramires foram escolhidos pela liderança desse instituto. O ex-ministro e o diretor-clínico chefiam uma equipe de 360 médicos que produzem as principais pesquisas na área. Eles lideraram as principais mesas no congresso.
Mas há quem discorde de que a excelência em cardiologia ainda esteja concentrada em São Paulo. "Hoje, isso a cardiologia está muito dividida no Brasil", afirma Leonardo Lima, que trabalha no hospital Le Pitie, em Paris, e ficou conhecido por ter atendido a princesa Diana no acidente que causou a sua morte. Ele cita como exemplo o hospital Santa Lúcia, em Brasília, onde o deputado Luís Eduardo Magalhães foi atendido.
Por fim, Sergio Ferreira e Randas Batista foram citados pela importância de suas descobertas. Batista é conhecido internacionalmente por ter criado a cirurgia de ventriculectomia. Com a técnica, ele amplia a sobrevida de doentes cuja única saída é um transplante.
Por fim, Sergio Ferreira foi o escolhido por seu trabalho como farmacologista. Ele descobriu que uma substância do veneno da cobra jararaca poderia reduzir a hipertensão. A partir do trabalho, os laboratórios desenvolveram medicamentos contra a hipertensão.



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