São Paulo, sábado, 2 de maio de 1998

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LITORAL
Grupo de 70 moradores paralisou ontem o tráfego da rodovia Rio-Santos em Ubatuba
Protestos e greve ameaçam feriado

da Folha Vale

Protestos de moradores, ameaça de greve de funcionários de empresas de ônibus e o corte de linhas telefônicas de delegacias ameaçam o feriado prolongado no litoral norte.
Ontem, um grupo de 70 moradores do bairro Pedreira, em Ubatuba, paralisou ontem o tráfego da rodovia Rio-Santos das 9h até as 11h. A estrada foi bloqueada com galhos e pneus no km 47 da rodovia, a cerca de dois quilômetros do trevo de entrada da cidade.
Devido ao protesto, os motoristas tiveram de percorrer mais cinco quilômetros pelo desvio feito para o centro da cidade.
As filas chegaram a somar dois quilômetros. Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Guarda Municipal foram chamados para negociar com os moradores e desviar o tráfego.
Os moradores estavam reivindicando a construção de uma ponte sobre o rio Grande. A antiga ponte foi levada pelas enchentes de 95 e a prefeitura havia se comprometido em construir uma nova ponte, mas nada foi feito até agora.
O presidente da Sociedade de Amigos de Bairro da Pedreira, Itamar Alves Dias, só convenceu os manifestantes a desbloquear a estrada após a chegada do secretário de Obras de Ubatuba, Jeriel da Silva Rocha.
O secretário se comprometeu a iniciar na segunda-feira os trabalhos para a construção de uma ponte provisória no local.
Motoristas e cobradores da Litorânea Transportes Coletivos Ltda., empresa responsável pelas linhas entre Ubatuba e São Sebastião, decidem hoje se entram em greve por tempo indeterminado.
A empresa foi a única das cinco que atuam no litoral que se recusou a assinar, na última quarta, o acordo coletivo com a categoria, que evitou uma paralisação geral durante o feriado prolongado.
Um protesto com os cerca de 80 trabalhadores da empresa foi marcado para hoje, a partir das 5h, no terminal rodoviário de Caraguá.
Pelo menos duas delegacias do litoral norte estão com os telefones cortados.
Em Ubatuba, os telefones do plantão foram desligados, impedindo o contato do público com as delegacias.
De acordo com a polícia de Ubatuba, o transtorno maior é durante a noite e nos finais de semana.
Em Caraguá, o telefone do cartório central, usado para fornecer dados a população, também foi desligado.
O músico Márcio Nunes, 30, tentou ligar para a delegacia de Ubatuba há duas semanas e não conseguiu. "Eu precisava falar com um funcionário de lá e não consegui. Soube depois, que o telefone estava cortado por falta de pagamento", disse.



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