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Colunista e Bucicleide não são nenhum Guga
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
Já contei para você da vez em
que minha tresloucada amiga
Bucicleide retomou as aulas de
tênis, depois de um tempão sem
jogar? Creio que sim, mas,
diante da excitação tapuia com
as vitórias de Guga e Meligeni,
não custa dar um repeteco na
história.
Bucicleide resolveu voltar a
jogar tênis. Comprou raquete e
saiote e foi para a quadra. O
professor pediu que ela mostrasse o que sabia e Buci, digo,
Cleide, mandou ver. Assim que
percebeu a bola vindo em sua
direção, ela virou de lado, perna esquerda para a frente, e
pimba na gorduchinha.
Não se cogita que ela não tenha acertado lindamente a bola. Mas o professor não pôde
deixar de notar que seu estilo
estava um pouco datado. Chamou-a até a rede e perguntou:
"Faz mais de 20 anos que você
não joga tênis, não é mesmo?"
Pois é. Nas últimas décadas, o
tênis mudou um bocado. Nos
anos 70, ao estilo clássico de um
Rod Laver, o tênis profissional
preferiu o arrojo de Bjorn Borg,
que adotou o revés de duas
mãos. E dos saques de 150 km/h,
que só grandalhões como John
Newcombe conseguiam efetuar,
fomos parar nos saques de Mark
Philippoussis e Greg Rusedski,
que colocam a bola em jogo a
200 km/h.
Ninguém mais joga tênis "de
ladinho" como Bucicleide. O negócio hoje é bater na bola de cara para a rede e que se dane o
estilo. O esporte elegante de outros tempos virou um pega para
capar nos moldes dos videogames mais frenéticos.
Se você não está familiarizado
com o tênis, conto uma historinha para exemplificar o grau de
dificuldade que o esporte oferece.
Apesar de ser uma esportista
mediana, sempre fui fissurada
em tênis. Na adolescência, tinha um amigo que também era.
Sua irmã participou de vários
Banana Bowl e até namorou o
McEnroe, que meu amigo me
apresentou em Wimbledon, em
77, quando o americano saiu do
anonimato e chegou à semifinal
contra Connors.
Meu chapinha não era tão
bom quanto a irmã. Oscilava
entre segunda e terceira classe,
mas fazia bonito em qualquer
aposta no clube.
Certo dia ele me convidou para bater bola. Postei-me ao fundo da quadra e gritei "play".
Nada. Gritei "play" de novo e
nada. Quando fui cobrar satisfações, meu amigo disse que já
tinha sacado três vezes. E eu, literalmente, não vira a cor da
bola.
QUALQUER NOTA
Parceiro econômico
A última dos comentaristas eletrônicos é dizer que, em vez de
bombardear a Iugoslávia, os EUA
deveriam oferecer dinheiro a Slobodan Milosevic. Ora, ora. Só não
vê quem não quer que, para os
EUA, a única utilidade dos Kosovos da vida é sustentar a indústria
armamentista deles.
Momento Ary Toledo
Sabe como chamam a Tiazinha
no Rio Grande do Sul? De Zorro. E
sabe qual o novo apelido do M&M
vermelho, que contracena com a
Letícia Spiller no comercial? Por
conta do sotaque carioca para mineiro ver, ele está sendo tachado de
M&M Roberto Carlos.
Lobby forte
A julgar pela quantidade de e-mails pró-armas de fogo que tenho
recebido, vai ser dureza aprovar a
nova lei no Congresso.
E-mail: barbara@uol.com.br
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