São Paulo, Quarta-feira, 02 de Junho de 1999
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Manifestação emperra lei das peruas

da Reportagem Local

Um protesto de motoristas e cobradores de ônibus conseguiu emperrar ontem a lei que prevê o aumento do número de peruas em São Paulo e reascendeu a guerra do transporte coletivo na cidade.
O prefeito Celso Pitta prometeu que anunciaria ontem uma definição sobre a sanção da lei, que estabelece um novo limite de 4.500 lotações em SP.
Em entrevistas anteriores, o prefeito havia declarado que pretendia aprovar a lei. Pitta recebeu o apoio de perueiros clandestinos contra a aprovação do processo de impeachment na Câmara Municipal. Atualmente, a cidade tem cerca de 2.300 peruas legalizadas e mais 10 mil clandestinas. Com a aprovação da nova lei, 2.200 peruas estariam entrando no sistema.
O sindicato dos motoristas de ônibus, donos de empresas e taxistas se uniram para tentar impedir a sanção da lei. Segundo os representantes das categorias, o aumento de lotações vai provocar uma evasão ainda maior do número de passageiros do transporte legalizado de São Paulo.
Os perueiros são apontados como os principais responsáveis pela perda de passageiros de ônibus da cidade.
De 95 até agora, a queda acumulada é de 40%, de acordo com dados da SPTrans (São Paulo Transporte), empresa responsável pelo gerenciamento do sistema de ônibus da cidade. O número de passageiros caiu de 6,4 milhões por dia para 3,9 milhões no período.
A própria Secretaria Municipal dos Transportes vinha se posicionando contra a aprovação da lei. Segundo o secretário Getúlio Hanashiro, a sanção da lei esbarra em dois obstáculos.
O primeiro é técnico. Por causa do aumento de peruas o sistema continuaria perdendo passageiros e a prefeitura seria obrigada a optar por três alternativas para equilibrar os custos. São elas: redução de 10% da frota, que resultaria na demissão de 4.500 funcionários, segundo o Transurb; elevação do subsídio ou nova elevação da tarifa e aumento da tarifa do ônibus.
O secretário informou também que a aprovação da lei exigiria o lançamento de uma licitação pública para preencher as 4.500 vagas.
O prefeito Celso Pitta realizou ontem uma reunião com representantes de todas as categorias envolvidas no impasse. Não houve consenso. A prefeitura agendou para a próxima segunda-feira uma nova reunião e pediu que os sindicatos tragam propostas alternativas para resolver o problema.


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