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Manifestação emperra lei das peruas
da Reportagem Local
Um protesto de motoristas e
cobradores de ônibus conseguiu
emperrar ontem a lei que prevê
o aumento do número de peruas
em São Paulo e reascendeu a
guerra do transporte coletivo na
cidade.
O prefeito Celso Pitta prometeu que anunciaria ontem uma
definição sobre a sanção da lei,
que estabelece um novo limite
de 4.500 lotações em SP.
Em entrevistas anteriores, o
prefeito havia declarado que
pretendia aprovar a lei. Pitta recebeu o apoio de perueiros clandestinos contra a aprovação do
processo de impeachment na
Câmara Municipal. Atualmente,
a cidade tem cerca de 2.300 peruas legalizadas e mais 10 mil
clandestinas. Com a aprovação
da nova lei, 2.200 peruas estariam entrando no sistema.
O sindicato dos motoristas de
ônibus, donos de empresas e taxistas se uniram para tentar impedir a sanção da lei. Segundo os
representantes das categorias, o
aumento de lotações vai provocar uma evasão ainda maior do
número de passageiros do transporte legalizado de São Paulo.
Os perueiros são apontados
como os principais responsáveis
pela perda de passageiros de
ônibus da cidade.
De 95 até agora, a queda acumulada é de 40%, de acordo com
dados da SPTrans (São Paulo
Transporte), empresa responsável pelo gerenciamento do sistema de ônibus da cidade. O número de passageiros caiu de 6,4
milhões por dia para 3,9 milhões
no período.
A própria Secretaria Municipal dos Transportes vinha se posicionando contra a aprovação
da lei. Segundo o secretário Getúlio Hanashiro, a sanção da lei
esbarra em dois obstáculos.
O primeiro é técnico. Por causa do aumento de peruas o sistema continuaria perdendo passageiros e a prefeitura seria obrigada a optar por três alternativas
para equilibrar os custos. São
elas: redução de 10% da frota,
que resultaria na demissão de
4.500 funcionários, segundo o
Transurb; elevação do subsídio
ou nova elevação da tarifa e aumento da tarifa do ônibus.
O secretário informou também que a aprovação da lei exigiria o lançamento de uma licitação pública para preencher as
4.500 vagas.
O prefeito Celso Pitta realizou
ontem uma reunião com representantes de todas as categorias
envolvidas no impasse. Não
houve consenso. A prefeitura
agendou para a próxima segunda-feira uma nova reunião e pediu que os sindicatos tragam
propostas alternativas para resolver o problema.
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