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TRÂNSITO
Governo deve mover ação no STF
Ministro quer barrar anistia de multas
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O ministro Renan Calheiros
(Justiça) quer derrubar no STF
(Supremo Tribunal Federal) leis
de três Estados (RJ, PR e PB) e do
Distrito Federal que concederam
desde 1998 anistia ou parcelamento de multas no trânsito.
Se o STF for favorável à ação defendida pelo ministro, os proprietários de carros beneficiados por
essas leis terão de devolver o dinheiro das multas, no caso de a
anistia ter assegurado restituição
do valor pago.
"A redução das mortes no trânsito só foi alcançada por causa das
punições severas previstas no novo Código de Trânsito Brasileiro",
disse o ministro.
Calheiros encaminha hoje representação ao procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro, para propor ação no STF contra as
leis que trataram sobre multas de
trânsito.
Segundo o ministro, a competência exclusiva da União sobre a
legislação de trânsito está prevista
no artigo 22, inciso 11, da Constituição. No Código de Trânsito Brasileiro, o único benefício previsto é
o desconto de 20% do valor da
multa para quem pagar em dia.
A assessoria do ministro considerou mais grave a lei aprovada no
final do ano passado no Paraná,
que eliminou os pontos negativos
registrados nas carteiras dos motoristas por causa das multas.
No caso do Distrito Federal, serão objeto da ação duas leis criadas
em 98 no governo Cristovam
Buarque (PT), que previa anistia e
parcelamento das multas aplicadas aos infratores.
Também será alvo da ação lei
aprovada este ano no governo Joaquim Roriz (PMDB) que estabeleceu anistia aos motoristas multados por pardais eletrônicos que
controlam a velocidade nas avenidas urbanas.
No caso do Rio, uma lei aprovada
recentemente pelo governador
Anthony Garotinho (PDT) também concedeu anistia aos infratores. Na Paraíba, uma lei aprovada
no final de 98 parcelou em até seis
vezes o pagamento das multas.
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