CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

Três investigadores da delegacia de Francisco Morato (Grande SP) foram afastados ontem, acusados de facilitar a fuga de Sandroval Marques, um dos sobreviventes e principal testemunha da chacina ocorrida na madrugada do último dia 17, que deixou 12 mortos.
Com tiros nas costas, Marques foi internado no Hospital de Clínicas de Franco da Rocha.
No dia da chacina à noite, o sobrevivente chegou a prestar depoimento aos três investigadores, no qual contou que foi o primeiro a ser baleado e fez descrição superficial de um dos atiradores.
Segundo a Folha apurou, os três policiais civis teriam aconselhado Marques a fugir, pois sua prisão temporária seria decretada, o que ocorreu na segunda-feira seguinte à chacina. A prisão, decretada pelo juiz Homero Maion, foi pedida pelo delegado Alfredo Antonio Grimaldi.
Segundo o delegado, Marques seria segurança de Renato Girão, um dos mortos na chacina. Girão tomava conta do bar Ponto de Encontro, onde ocorreu o crime, e era conhecido como traficante. Segundo Grimaldi, no domingo anterior ao massacre, Girão teria assassinado Paulo Roberto de Oliveira, que seria assaltante. Marques teria participado do crime.
Além da suspeita de que a chacina tenha sido praticada por PMs, outra hipótese seria uma guerra de quadrilhas. Assim, pessoas ligadas a Oliveira teriam vingado sua morte. A polícia suspeita que Marques conhecia os atiradores.
Os três investigadores, transferidos para a seccional de Guarulhos, receberiam propinas dos traficantes que frequentavam o bar. Os investigadores teriam facilitado a fuga de Marques por medo de serem denunciados pelo sobrevivente.
Anteontem, a Corregedoria da PM confirmou ter interrogado Marques assim que ele deixou o hospital. Segundo a Folha apurou, ele teria revelado aos policiais do serviço reservado o relacionamento que tinha com os três investigadores.
A corregedoria no entanto preferiu não revelar o teor do seu depoimento nem em quais condições ele foi colhido.



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