São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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METRÔ
Funcionários protestam contra a demissão de 2.000
Rio inaugura estação com ameaça de greve

free-lance para Folha

Será inaugurada hoje, às 14h, a estação de metrô Arcoverde, em Copacabana (zona sul do Rio), a primeira do bairro, que deve adicionar 30 mil novos passageiros por dia ao metrô carioca.
A inauguração, no entanto, poderá ser prejudicada se os funcionários do metrô entrarem em greve. Os metroviários, que estão desde ontem em "estado de greve", vão realizar ato público no local, ao meio-dia.
"Estado de greve"
O "estado de greve" significa que eles podem entrar em greve a qualquer momento se não houver progresso nas negociações com a empresa Metrô Rio, que opera o transporte.
O motivo do "estado de greve", de acordo com o Simerj (Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro), é a demissão de quase 2.000 funcionários do setor, iniciada em janeiro do ano passado.
Pelo menos 300 mil pessoas serão afetadas se houver paralisação. Segundo o governo estadual, esse é o número estimado de passageiros que passarão a usar o metrô diariamente, com a nova estação.
Com atraso de 11 anos, a estação Arcoverde finalmente saiu do papel. As obras foram iniciadas em 1987 e interrompidas em 1989. Somente em maio de 1995, elas foram retomadas.
Foram necessários mais de três anos para concluir o trecho Botafogo-Copacabana, que tem 1,6 km de extensão e cujo custo total foi de R$ 150 milhões.
Ainda está prevista a construção de uma segunda estação em Copacabana e de outra em Ipanema.
Negociação
O presidente do Simerj, Evandro Lima, afirmou que não houve progresso na audiência realizada ontem na Delegacia Regional do Trabalho.
Segundo Lima, a categoria ganhou, junto ao TRT (Tribunal Regional Trabalhista), no ano passado, reposição salarial de 27,92% sobre o salário de maio de 1995.
A Companhia Metropolitana, empresa que operava o metrô antes da privatização, em abril, recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), que ainda não definiu o índice do reajuste.
"Não exigimos os 27,92%. Pode ser menos, mas tem de ser de pelo menos 15%, e a Opportrans só ofereceu 5%", afirmou.
Opportrans é o nome jurídico do Metrô Rio e do consórcio que ganhou a concessão para operar o metrô, em abril deste ano.
As outras duas reivindicações dos metroviários são a permanência da jornada de trabalho de seis horas (a empresa quer aumentá-la para oito horas) e a definição de um limite para o número de contratações por meio do contrato temporário de trabalho.



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