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VIOLÊNCIA
Quatro praticantes de jiu-jítsu foram autuados por lesão corporal no Rio; eles teriam usado balas de borracha
Lutadores são presos por agredir travestis
DA SUCURSAL DO RIO
Quatro lutadores da Academia
Gracie de jiu-jítsu foram presos e
autuados por lesão corporal, depois de terem agredido três travestis com balas de borracha, durante a madrugada de ontem, em
Copacabana, na zona sul do Rio.
De acordo com o depoimento
das vítimas, os quatro lutadores
estavam em um Golf prata e estacionaram o veículo na avenida
Atlântica, que beira a orla de Copacabana. Nesse local há grande
concentração de travestis e prostitutas durante a noite.
Os lutadores teriam descido do
carro e começado a agredir os três
travestis, usando, além das balas
de borracha, uma espingarda,
uma pistola, um taco de beisebol e
um cilindro de ar comprimido.
Estavam no local os travestis Alberto Constant Stain, 19, Márcio
Antônio Lopes de Araújo, 22, e
Valdemar Borges Neto, 20.
Eles disseram à polícia que os
quatro lutadores desceram o carro e, rindo, passaram a atingi-los
com balas de borracha nas costas,
pernas, braços e nádegas.
Borges Neto correu e pediu ajuda a policiais militares que participavam de uma blitz perto dali.
Os policiais foram para o local e
prenderam Roger Gracie Gomes,
19, Murilo Carvalho da Silva Neto,
22, Rafael Correia de Lima, 25, e
Rafael Ramos, 19. Segundo a polícia, os quatro não reagiram.
Gomes foi um dos participantes
do 5º Campeonato Mundial de
Jiu-Jítsu, disputado no Tijuca Tênis Clube (zona norte da cidade)
-onde morreu no último sábado
o tetracampeão cearense Jean
Magalhães Mesquita, vítima de
ataque cardíaco.
Ele é sobrinho de Carlos Gracie,
presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro.
Levados para a 13ª Delegacia de
Polícia, os quatro foram autuados
e responderão a processo em liberdade por lesão corporal.
Se condenados, os lutadores podem pegar até um ano de prisão.
As armas utilizadas na agressão
foram apreendidas.
Exame
Os travestis também contaram
aos policiais que são frequentemente atacados na avenida Atlântica, principalmente por gangues
de lutadores. Depois de prestarem depoimento, os três foram
encaminhados ao Instituto Médico-Legal, onde se submeteram a
exame de corpo de delito.
Esse não foi o primeiro incidente envolvendo lutadores de jiu-jitsu no Rio. Depois de inúmeras denúncias de agressões em boates,
shows e casas de festas, a polícia
começou a elaborar uma lista
com os nomes dos principais arruaceiros. Muitos deles estão impedidos de entrar em determinados estabelecimentos.
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