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Secretários de Serra defendem OSs em SP
No Estado, 19 dos 60 hospitais são geridos assim
DA REPORTAGEM LOCAL
Um seminário que contou
com a participação de secretários do governo José Serra
(PSDB) e da prefeitura municipal de São Paulo, além da presença do vice-governador de
Minas Gerais, Antonio Augusto
Anastasia, fez a defesa ontem
na capital paulista da parceria
da administração pública com
OSs (Organizações Sociais) na
gestão de serviços públicos.
Organizações Sociais são entidades privadas, sem fins lucrativos, que podem gerir serviços públicos a partir de parcerias estabelecidas em contratos
de gestão com o Estado. Em
São Paulo, 19 dos 60 hospitais
ligados ao governo estadual são
geridos dessa maneira.
Promovido pela Secretaria
da Justiça do Estado de São
Paulo e pela Secretaria dos Negócios Jurídicos do município,
em parceria com os escritórios
associados de advocacia Rubens Naves, Santos Jr. e Hesketh, o debate "As Organizações Sociais no Novo Espaço
Público Brasileiro" foi aberto
com discursos, entre outros,
dos secretários estaduais da
Justiça, Luiz Antonio Marrey;
da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata; e da Cultura, João
Sayad. Marrey caracterizou a
oposição que se faz a esse tipo
de parceria como "ideológica".
Anastasia afirmou que a parceria com OSs é necessária para
poder "casar" eficiência com o
respeito necessário, porém
muitas vezes engessante, às
normas da administração pública brasileira.
"A gestão pública brasileira
nunca foi profissional", disse o
vice-governador de Minas. "A
eficiência sempre foi a irmã
menor da legalidade. Há de haver compatibilização entre essas formalidades, imprescindíveis, e os resultados."
Para João Sayad, no entanto,
há "problemas" com as OSs que
"merecem atenção". Disse ter
preocupação com um possível
"desequilíbrio jurídico de poder entre OSs e Estado". Citando a parceria que há entre a sua
secretaria e 14 entidades desse
tipo, afirmou: "Às vezes nos
sentimos como ministros da
Fazenda impotentes que gastam rios de dinheiro com seus
Bancos Centrais".
Seu colega da área de Saúde,
Barradas Barata, comparou
hospitais administrados por
organizações sociais e outros
diretamente geridos pelo Estado. Disse que o orçamento de 13
hospitais geridos por essas entidades -em comparação com
mesmo número pelo governo-
é 13,5% maior, mas que, ao
mesmo tempo, seu volume de
internação é 25,8% maior.
Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, lembrou que a
falta de informações prejudica
o acompanhamento dos trabalhos das entidades sem fins lucrativos. "Não devemos ser otimistas quanto ao controle social", disse. "Sem informações
não é possível cobrar nada."
(RAFAEL CARIELLO E TEREZA NOVAES)
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