|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Brasil Alfabetizado, que atua em parceria com entidades, Estados e municípios, prevê atender 20 milhões de analfabetos até 2006
Governo lança plano para alfabetizar adultos
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Tentando evitar críticas semelhantes às que recebeu o Fome Zero, o governo Luiz Inácio Lula da
Silva vai anunciar seu programa
de erradicação de analfabetismo
entre adultos quase nove meses
após o início de sua implantação.
O Brasil Alfabetizado, programa que prevê atender 20 milhões
de analfabetos maiores de 15 anos
até 2006, será lançado oficialmente por Lula no dia 8, quando começa uma campanha nacional.
Apesar de na prática já estar
sendo desenvolvido desde janeiro, o projeto terá mais divulgação
a partir de agora.
Foram assinados 37 convênios
para alfabetizar 1 milhão de alunos em 1.768 municípios do país.
O governo espera ainda fechar
parcerias para atender pelo menos mais 1,2 milhão de pessoas até
o final do ano.
O Brasil Alfabetizado trabalha
em parceria com entidades e governos municipais e estaduais que
já têm experiência em alfabetização de jovens e adultos.
Essas entidades apresentam
projetos, nos moldes determinados pelo Ministério da Educação.
Não é necessário adotar um método específico de alfabetização,
mas a proposta pedagógica deve
comprovar que os alunos alfabetizados serão capazes de produzir,
ler e interpretar textos, além de fazer operações matemáticas básicas, como soma e subtração.
"Para a instituição receber a última parcela, os alunos deverão
escrever uma carta, que também
será comparada ao seu histórico.
Queremos que os alfabetizados
tenham condição de pegar um
ônibus ou ler uma placa, coisas do
dia-a-dia", disse o secretário de
Erradicação do Analfabetismo,
João Luiz Homem de Carvalho.
A duração do curso depende da
proposta pedagógica, mas a média é de seis a oito meses de aula,
com turmas de 15 a 25 pessoas.
O governo paga ao alfabetizador R$ 15 mensais por estudante
atendido. A instituição recebe
ainda recurso para capacitar o alfabetizador, que não precisa ser,
obrigatoriamente, um professor.
O MEC pretende gastar neste
ano cerca de R$ 200 milhões no
programa. Pretende atender 3 milhões de pessoas, sendo 2,2 milhões com recursos federais e o
restante por meio de entidades,
Estados e municípios.
De acordo com Carvalho, levantamento feito pelo ministério detectou que 351.391 alunos foram
alfabetizados no primeiro semestre por 23 entidades e outros 379
mil farão o curso até dezembro.
Esses estudantes entrarão na contabilidade do Brasil Alfabetizado.
Para coordenar as ações e levantar o total de pessoas que estão em
processo de alfabetização, o Ministério da Educação está fazendo
um censo, que deverá ser divulgado em novembro.
Segundo o "Mapa do Analfabetismo no Brasil", divulgado no
primeiro semestre, dados de 2000
apontam que são 16 milhões de
analfabetos acima de 15 anos que
não sabem ler e escrever um bilhete simples. Se contabilizados os
analfabetos funcionais (com menos de quatro séries de estudo
concluídas), esse número sobe
para 30 milhões.
Para tentar evitar a duplicação
de nomes em cursos de alfabetização ou algum outro tipo de fraude
no Brasil Alfabetizado, o Ministério da Educação criou uma página
na internet em que constará o cadastro de todos os estudantes, entidades e alfabetizadores envolvidos no programa.
Mais informações sobre o programa podem ser obtidas no site
www.mec.gov.br ou pelo telefone
0800-616161
Texto Anterior: Primeira vez Próximo Texto: Universidade: Comissão propõe fazer o provão em 2 etapas Índice
|