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CIDADE EM MOVIMENTO
Projetos em três novas áreas foram apresentados ontem; obras dependem da iniciativa privada
Prefeitura propõe novas operações urbanas
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Três novas pontes sobre os principais rios da cidade, um túnel,
um parque aquático, novas avenidas, centros de tênis e de lutas.
Tudo isso consta dos projetos de
três operações urbanas detalhadas ontem pela prefeitura, mas
ainda depende de recursos incertos da iniciativa privada.
As novas operações urbanas
compreendem três áreas da cidade: Butantã-Vila Sônia (zona oeste), Vila Maria-Campo de Marte
(zona norte) e Vila Leopoldina-Jaguaré (zona oeste, perto da
USP). Também está sendo finalizado o texto da Diagonal Sul, que
abrange bairros como Ipiranga,
Vila Prudente, Mooca, Brás e Pari.
No total, somam 55 quilômetros quadrados, o equivalente a 34
vezes a área do parque Ibirapuera.
As operações urbanas são programas de desenvolvimento de
determinadas regiões da cidade,
em que a prefeitura faz investimentos, como obras, e implementa mecanismos para revitalizar e mudar o entorno.
Questionada sobre a viabilidade
das operações urbanas, a prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy (PT),
afirmou ontem: "Depende se eu
for eleita ou não, né? Se eu for eleita, eu faço".
Dez anos
O secretário municipal do Planejamento, Jorge Wilheim, que
apresentou os projetos, fixou um
prazo de dez anos para que as mudanças estejam consolidadas.
Para que as operações saiam do
papel, é preciso que os empresários, como os proprietários de
empreiteiras, decidam investir na
região. Somente assim a prefeitura poderá obter os recursos necessários para as obras, já que a cidade está financeiramente "engessada" pela dívida, como costuma dizer a prefeita.
O principal mecanismo de implementação das operações atualmente são os Cepacs (Certificados
de Potencial de Adicional Construtivo), títulos que permitem a
quem os compra construir acima
do limite fixado pela lei.
Assim, a prefeitura consegue recursos para obras que planeja implementar na região e libera para
as empreiteiras a realização de
grandes obras em áreas que tendem a ser valorizadas.
No final de julho, a prefeitura
conseguiu R$ 30 milhões com o
leilão de Cepacs da operação urbana Água Espraiada. Com esse
dinheiro, planeja construir duas
pontes sustentadas por cabos de
aço, ao estilo da Golden Gate, em
São Francisco (EUA).
Dinheiro
A prefeitura já tinha feito os cálculos de quanto deve arrecadar
em Cepacs para a construção das
obras previstas, mas teve de refazê-los em razão de mudanças na
Lei de Zoneamento. Os novos cálculos de arrecadação possível ainda não estão prontos.
Essas mudanças provocaram,
na cidade toda, uma perda estimada de R$ 115,2 milhões, segundo o secretário Wilheim.
As operações urbanas detalhadas ontem terão os projetos enviados à Câmara Municipal ainda
neste ano, segundo Marta. Lá, têm
de ser aprovados, para só então
começar a implementação.
O diretor de Projetos Urbanos
da Secretaria de Planejamento,
José Magalhães Jr., explicou que o
objetivo das operações urbanas é
"dar as regras do jogo" antes que a
própria cidade cresça de maneira
desordenada.
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