São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PERNAMBUCO

Tribunal rejeitou questionamento da perícia

Justiça mantém condenação da Fiat por morte de Chico Science

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) manteve ontem a sentença de primeira instância que condenou a Fiat Automóveis S.A. a indenizar, por danos morais e materiais, a família do cantor Chico Science, criador do movimento manguebeat, morto em acidente automobilístico, em Olinda, em fevereiro de 1997.
Por dois votos a um, a 5ª Câmara Cível do tribunal negou provimento ao recurso impetrado pela montadora. O relator do processo, desembargador Joaquim de Castro, considerou os argumentos apresentados pela empresa "insuficientes" para desconstituir a perícia realizada à época.
Os técnicos constataram que a fivela metálica do cinto de segurança se rompeu no choque lateral do Fiat Uno Mille utilizado por Science com um poste.
Foi constatado também que, na batida, o teto do carro afundou e, "ao invés de proteger o condutor (...) passou a ser objeto contundente (...)". O cantor, que se chamava Francisco de Assis França, sofreu fraturas no crânio.
Na sentença de primeira instância, do dia 15 de outubro de 2001, a juíza Ângela Maria Mello não fixou valores para a indenização.
O advogado da família de Chico Science, Antonio Campos, entretanto, estima o valor supostamente a ser pago pela Fiat em "pelo menos R$ 10 milhões".
Campos disse que o cálculo leva em conta a expectativa de vida do cantor, que morreu aos 30 anos, no auge da carreira, e as possibilidades de evolução do artista. A montadora pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Chico Science morreu no dia 2 de fevereiro de 1997, na divisa de Recife e Olinda. O carro que dirigia teria sido abalroado em alta velocidade, sobre um viaduto.
O cantor, que estava só no veículo, perdeu o controle da direção. O automóvel derrapou, bateu no meio-fio da calçada e se chocou com um poste. Science foi socorrido, mas morreu logo após chegar no hospital.
A montadora informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá recorrer e, como o acórdão ainda não foi publicado, não quis comentar a decisão.


Colaboraram SÍLVIA FREIRE e ADRIANA CHAVES, da Agência Folha


Texto Anterior: PT votou contra mecanismo na gestão Maluf
Próximo Texto: Na areia: Mais populosas, baleias encalham
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.