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EDUCAÇÃO
Manifestantes, que fizeram coro contra Alckmin, foram pressionar
deputados a derrubar veto do governador
Ato na Assembléia por verbas reúne 1.500
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com a pressão de 1.500
manifestantes nas galerias da Assembléia Legislativa de São Paulo,
os deputados não chegaram a
apreciar ontem o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB)
ao mecanismo que poderia gerar
mais verbas para a educação.
Participaram da manifestação
estudantes, funcionários e professores da USP, da Unicamp, da
Unesp e da Fatec (faculdade tecnológica), além de docentes da rede estadual de ensino básico.
Vieram a São Paulo 25 ônibus,
de Campinas, São José do Rio Preto, Marília, Bauru, Botucatu e Assis. Os manifestantes da capital
utilizaram 30 ônibus.
A Polícia Militar, que estimou
em 1.500 o número de presentes,
informou que não houve incidentes. A organização do movimento
afirmou que reuniu 2.000 pessoas.
A presidência da Assembléia
permitiu a entrada de todos os
manifestantes, que se distribuíram pelas galerias da casa. Aqueles que não conseguiram chegar
ao salão principal assistiram às
discussões por telões.
A PM revistou os manifestantes
para evitar a entrada de instrumentos musicais. Na última terça-feira, os manifestantes andaram pela casa fazendo batuque.
No protesto de ontem, os manifestantes puxaram coro nas galerias contra Alckmin e deputados
aliados ao governo. Uma das frases foi "Geraldo, ladrão, destrói a
educação". O líder do governo,
Edson Aparecido (PSDB), sofreu
vaias durante discursos, em que
disse que o assunto não havia sido
discutido e, por isso, a base do governo não poderia votá-lo. Em
protesto, a platéia ficou de costas.
No momento em que Aparecido disse no microfone que os deputados sob a sua liderança não
concordavam com a apreciação
do veto, a platéia reagiu: "Vamos
trabalhar, vagabundos".
LDO
Os manifestantes querem a derrubada do veto ao item incluído
pelos deputados na LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) que sobe as despesas com educação de
30% para 31% do Orçamento. A
estimativa é que esse aumento
pudesse gerar R$ 470 milhões extras para a área em 2006.
No veto, o governador alega que
a vinculação para o ensino já é
muito alta e que seu aumento prejudicaria outros setores.
Para que o assunto fosse discutido, era necessário que 48 deputados votassem pela inversão da ordem do dia, ou seja, que o veto da
LDO, 191º tema da lista, fosse o
primeiro assunto a ser analisado.
Para isso, a oposição precisava
de um acordo com parte da base
do governo -o que não ocorreu.
Apenas 27 deputados registraram
o voto. ""Não houve acordo porque ainda não houve discussão
[do veto, entre os partidos]", declarou Aparecido.
O tucano afirmou que o governo quer discutir não só o veto
""mas também o papel das universidades na sociedade", o que foi
refutado pela oposição. ""Não
aceitamos nada que não seja a votação do veto", rebateu o líder do
PT, Renato Simões.
Quando não havia mais meios
de colocar o assunto em discussão, os manifestantes, das galerias, começaram a jogar bolinhas
de papel no plenário.
Os partidos vão discutir o tema
na terça-feira. ""A pressão vai continuar", disse o vice-presidente da
Adusp (associação dos docentes
da USP), Francisco Miraglia.
Após o final da sessão, os manifestantes saíram em passeata, da
Assembléia até a avenida Paulista,
onde interditaram duas faixas do
sentido Consolação. O protesto,
terminou às 21h, no Masp.
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