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Andarilha está
viva, mas já teve
até um "enterro"
DA REPORTAGEM LOCAL
A andarilha Nadir Prado
de Oliveira, 57, vivia na rua
em Viamão (RS). Em
2006, suas irmãs foram
procuradas por terceiros
que anunciaram a localização do corpo dela, que
teria sido atropelada.
Ofereceram assistência
para a elaboração da certidão de óbito e do enterro,
em troca da assinatura de
"uns papéis" para obter
"um tal seguro DPVAT",
conforme relato de Eloci
Maria Wagner, que trabalhava numa entidade assistencial adventista e tinha contato com a família.
O enterro foi simples,
com choro e caixão lacrado, diz Eloci. Semanas depois, ela foi avisada por
uma irmã de Nadir do reaparecimento da andarilha,
que tem esquizofrenia.
"Achei que fosse invenção", afirma Eloci, na casa
de quem Nadir mora hoje.
A polícia pediu exames de
DNA e conseguiu comprovar que Nadir é Nadir -e
que, portanto, ela está
mesmo viva. Mas, oficialmente, ela segue morta,
com dificuldade até para
ser atendida em hospital.
Eloci acusa pessoas ligadas a uma funerária de terem aplicado um golpe visando a verba do DPVAT.
O delegado Carlos Miguel e outros policiais de
Viamão dizem que a linha
de investigação é semelhante à de outro caso
ocorrido na região, quando um menino de sete
anos também foi dado como morto por golpistas
que buscavam a indenização do seguro obrigatório.
Eles ainda tentam saber
quem planejou a fraude e
se ela foi bem-sucedida -a
Fenaseg não identificou
pagamento, embora não
descarte divergências na
digitação de registros.
(AI)
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