São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Andarilha está viva, mas já teve até um "enterro"

DA REPORTAGEM LOCAL

A andarilha Nadir Prado de Oliveira, 57, vivia na rua em Viamão (RS). Em 2006, suas irmãs foram procuradas por terceiros que anunciaram a localização do corpo dela, que teria sido atropelada.
Ofereceram assistência para a elaboração da certidão de óbito e do enterro, em troca da assinatura de "uns papéis" para obter "um tal seguro DPVAT", conforme relato de Eloci Maria Wagner, que trabalhava numa entidade assistencial adventista e tinha contato com a família.
O enterro foi simples, com choro e caixão lacrado, diz Eloci. Semanas depois, ela foi avisada por uma irmã de Nadir do reaparecimento da andarilha, que tem esquizofrenia.
"Achei que fosse invenção", afirma Eloci, na casa de quem Nadir mora hoje. A polícia pediu exames de DNA e conseguiu comprovar que Nadir é Nadir -e que, portanto, ela está mesmo viva. Mas, oficialmente, ela segue morta, com dificuldade até para ser atendida em hospital.
Eloci acusa pessoas ligadas a uma funerária de terem aplicado um golpe visando a verba do DPVAT.
O delegado Carlos Miguel e outros policiais de Viamão dizem que a linha de investigação é semelhante à de outro caso ocorrido na região, quando um menino de sete anos também foi dado como morto por golpistas que buscavam a indenização do seguro obrigatório.
Eles ainda tentam saber quem planejou a fraude e se ela foi bem-sucedida -a Fenaseg não identificou pagamento, embora não descarte divergências na digitação de registros. (AI)


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