ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

Um grupo de 310 hóspedes do Hotel Nacional de Brasília, um dos mais tradicionais da capital, foi despejado ontem após a Justiça ordenar a reintegração de posse à empresa dona do terreno, o banco Rural. Os hóspedes foram surpreendidos pela manhã com cartas embaixo das portas dos quartos com a ordem para sair.
O impasse jurídico teve início há três anos, quando o grupo Canhedo, que a administra o hotel, passou a não pagar taxa de administração do imóvel. A dívida está calculada em mais de R$ 30 milhões.
O hotel já recebeu hóspedes ilustres desde que foi instalado em Brasília, em 1961. Na época, era o único hotel de luxo na cidade e hospedou personalidades como a rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, e os ex-presidentes Mário Soares, de Portugal, e Jimmy Carter, dos EUA.
No momento do despejo, o hotel abrigava participantes do festival internacional de teatro "Cena Contemporânea", que reúne artistas de várias partes do mundo. "Foi terrível, constrangedor. Muita gente achou que era pegadinha", disse o ator Geraldo Moura ao portal G1.
Ontem mesmo, o hotel conseguiu liminar cassando a decisão. Os hóspedes, que haviam sido reacomodados em outros hotéis, foram chamados de volta.
O diretor comercial do hotel, Jorge Azevedo, disse que também foi surpreendido com a ordem.


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