São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Para diretores, falta atenção básica na rede

DA AGÊNCIA FOLHA

Gestores públicos e diretores de hospitais consultados pela Folha apontaram como razão dos problemas nas unidades, entre outros pontos, a sobrecarga de pacientes do interior dos Estados e de pessoas que poderiam ser atendidas em atenção básica.
O diretor do Hospital Geral Roberto Santos (BA), Sebastião Mesquita, disse que a demora no atendimento e a falta de macas na unidade não são problemas graves. "Às vezes, a demanda é grande e pode faltar maca mesmo, mas tudo é resolvido rapidamente", disse.
Sobre o tempo de espera, disse que "é assim também nos consultórios, nas filas de bancos e supermercados". "O importante é que todas as pessoas que procuram o hospital são bem atendidas", completa o diretor.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco disse que começou, no dia 29, a investir R$ 2,2 milhões em equipamentos para as grandes unidades de emergência do Estado: hospitais Getúlio Vargas e Restauração.
Os recursos estaduais e federais, informou, serão aplicados na compra de máquinas para ampliar o atendimento nos setores de emergência, trauma, cuidados intensivos e bloco cirúrgico.
Para o coordenador de Políticas de Saúde da Secretaria da Saúde de Fortaleza, Alex Mont'Alverne, a cidade precisa do apoio do Estado e da União para resolver problemas de superlotação, como o do Instituto José Frota, que, segundo ele, recebe R$ 12,4 milhões em investimentos.
O superintendente do hospital, Wandenberg dos Santos, citou a falta de controle do fluxo de pacientes, a baixa resolutividade dos hospitais regionais e até a violência como razões da lotação.
O diretor-geral da Unidade de Emergência Armado Lages (AL), Alfredo Aurélio, disse que a superlotação na unidade é um problema enfrentado há 20 anos. Disse ainda que a greve de categorias do setor gera desinformação na unidade porque há sobrecarga de profissionais que tentam se desdobrar em serviços prioritários.
O diretor-geral do Hospital de Urgência Governador João Alves Filho (SE), Josias Passos, também afirmou que a superlotação é um problema muito antigo. "Não temos como resolver de uma hora para outra."
Passos afirmou que a unidade é de alta complexidade, mas recebe pacientes com doenças que poderiam ser atendidas na atenção básica. Ele citou ainda problema de sobrecarga por deficiência no atendimento hospitalar no interior de Sergipe.


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